Os criadores de gado de corte do Estado já podem contar com o apoio do Sebrae para rastrear seus rebanhos. Trata-se do programa de rastreabilidade bovina do Rio Grande do Sul, lançado ontem na Expointer. O objetivo é colocar o plantel gaúcho em condições de competir no mercado nacional e internacional, garantindo um diferencial de qualidade para o produto.
O projeto é dividido em duas partes. Uma será a campanha de sensibilização do setor através de palestras e instrumentalização dos produtores. A outra é a criação de um fundo auxiliar que vai reduzir em 30% o custo final do rastreamento para o criador. Cada inscrito poderá rastrear até 300 terneiros e o custo vai diminuir de R$ 4 para R$ 1,50. Para isso, o produtor deverá preencher formulário no Sebrae e efetuar o pagamento que lhe cabe.
O Sebrae convidou cerca de 35 certificadoras para operar o bônus. Para tanto, aceitaram abrir mão de R$ 1 do seu faturamento e não cobrarão inscrição nem anuidade do produtor. O pecuarista é livre para escolher, dentre as entidades cadastradas, qual a que melhor se adapta às necessidades do seu rebanho. O edital, segundo a diretora de operações do Sebrae/RS, Susana Kakuta, continua aberto.
O fundo de rastreabilidade composto pelo Sebrae, Farsul, Caixa RS, Ministério da Agricultura, Secretaria da Agricultura e de outras entidades ligadas ao setor entrará com R$ 1,50 restante, completando assim um bônus de R$ 2,50 por animal. Ao total, o fundo vai disponibilizar R$ 1,05 milhão para os pecuaristas gaúchos, que terão, ao final de 12 meses, 700 mil cabeças registradas.
Quase 100 pessoas já estão habilitadas a transmitir conhecimento para os pecuaristas. Com palestras de duas horas, eles enfatizarão a importância da rastreabilidade como certificado de garantia e acesso ao mercado externo, abordando-a também como fator primordial da sanidade dos animais. “Até o final de 2005, vão nascer no Estado três milhões de terneiros. E, através do programa, poderemos garantir, pelo menos, a rastreabilidade de 700 mil cabeças”, diz Susana.
Paralelo a isso, o Sebrae está desenvolvendo um programa de identificação geográfica que visa diferenciar a carne do pampa gaúcho. A idéia é desenvolver um trabalho junto aos pecuaristas da fronteira oeste do Estado, ensinando os passos necessários para se ter um gado qualidade.
Fonte: Jornal do Comércio/RS (por Thaíse Teixeira), adaptado por Equipe BeefPoint