Pecuarista investe em clonagem

O selecionador Carlos Eduardo Novaes, detentor da marca Nelore CEN, perdeu no fim do mês de julho uma das principais matrizes de seu plantel, a fêmea CEN 975 Raia. Ao longo de seus 23 anos, a vaca Nelore só deu alegrias ao proprietário da Fazenda Crioula, situada em Valparaíso/SP. Raia iniciou uma das principais famílias do plantel CEN e deixou inúmeros descendentes na Fazenda.

“A vida produtiva de Raia foi bem aproveitada. Ela teve 10 partos naturais e 27 crias de TE. Essa vaca possuía o que os pecuaristas mais desejam ter em suas matrizes: fertilidade, habilidade materna e muita funcionalidade aliada à perfeita caracterização racial”, avalia Carlos Eduardo. Adepto aos avanços do melhoramento genético, Carlos Eduardo recorreu a novas tecnologias para poder “recuperar” esse animal, de elevado mérito produtivo e genético.

Foram retiradas células da granulosa – camada de células que circunda o óvulo – e da orelha de Raia. O médico veterinário da Fazenda Crioula, Marcos Achilles, explica que o processo está em fase inicial. “As células estão passando pela primeira etapa, a da multiplicação celular. Elas ficarão de 20 a 30 dias em cultivo, juntamente com líquidos e hormônios para que se tornem células viáveis para a clonagem. Após esta fase, as células já multiplicadas serão congeladas em nitrogênio líquido e acondicionadas em microtubos à – 196^o C de temperatura”, explica. Todo o trabalho passa pelo crivo do professor doutor J. Mansano, da Unesp – Jaboticabal/SP.

O material genético de Raia ficará congelado por um período ainda indefinido para que a técnica da clonagem se aperfeiçoe ainda mais e as pesquisas estejam mais avançadas. O país tem acompanhado os resultados positivos da técnica a uma velocidade surpreendente – o Brasil é o primeiro país fora do grupo dos países ricos a produzir um mamífero clonado e a Embrapa anunciou seu primeiro clone bovino em 2001.

Fonte: Assessoria de imprensa da Fazenda Crioula