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Pará perde R$3,00/@ com aftosa

O diretor da AdePará, Luiz Pinto, informou que, nesses três meses, o preço da arroba comercializada no estado caiu R$ 3. “São abatidos uma média de 200 mil animais por mês”, explica o diretor. Segundo ele, o deságio tem se reduzido. “Hoje, o valor pago pela arroba do nosso gado está próximo dos R$ 50”.

Mesmo que o preço da arroba do gado chegasse aos R$ 51 anteriores à descoberta do foco, ainda assim a cotação seria menor que a recebida por pecuaristas de Tocantins e Goiás, afirma o delegado federal da Agricultura no Pará, Moisés Moreira dos Santos.

A solução para reduzir essa queda está, segundo ambos, nas mãos dos pecuaristas. “A delegacia federal executa, acompanha, dá orientação técnica e científica, faz certificação e oferece uma estrutura laboratorial para realizar os testes em todas as amostras de sangue coletadas, mas é preciso que os produtores se engajem nas ações governamentais”, diz Santos. Como ele, Luiz Pinto aponta as Comissões Municipais de Saúde Animal (Comusa) como um importante fórum para debater o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa.

O delegado federal lembra que o deságio em relação a outros estados já existia, mas o registro do foco de aftosa aprofundou ainda mais a desvalorização da carne paraense. Entre as causas do deságio, Santos aponta a falta de reconhecimento da principal região produtora do estado como área livre de aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A DFA e a AdePará estimam que até outubro sejam enviadas as informações complementares solicitadas pela OIE para alcançar o status sanitário de livre de aftosa com vacinação.

Em janeiro de 2005, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) poderá autorizar a saída de carne do sul do Pará para as demais regiões do Brasil, diz Luiz Pinto. “E em maio há a possibilidade de ser liberada a exportação do nosso produto”.

Atualmente, o produto do sul do Pará sai livremente apenas para os estados do Nordeste. Para a região Sul do país a carne só pode seguir desossada e maturada. O delegado federal vê nessas restrições mais um motivo para a imposição de deságios pelos empresários. “Somos um estado com várias regiões de status sanitários diferenciados e isso pesa”, argumenta Pinto.

O presidente da Federação da Agricultura do Pará, Carlos Xavier, arrisca que em cinco anos o estado terá as condições para despontar como o maior produtor de carne do Brasil. O estado ocupa hoje a quarta posição entre os principais produtores de carne bovina e bubalina do país. O centro-sul do Pará, que abriga 75% das 15,5 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos do estado, é a única área considerada livre da doença com vacinação pelo Mapa. As regiões do arquipélago do Marajó e do Baixo Amazonas, onde se localiza o município de Monte Alegre, formam a área de alto risco. Com 20% do rebanho do estado, o nordeste paraense é considerado de risco médio.

Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint

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