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Projeto integra frigorífico e produtores do RS

Está sendo desenvolvido, na Metade Sul do Rio Grande do Sul, um projeto nos moldes de sistema integrado, englobando o frigorífico Mercosul e produtores de carne dos municípios de Bagé e Alegrete. O funcionamento segue o modelo já adotado há décadas pela cadeia do fumo, no qual a indústria trabalha em parceria com os produtores credenciados.

“Também existem projetos deste tipo nas áreas de leite, aves e suínos, mas na de carne esta é a primeira vez”, informa o diretor vice-presidente da CaixaRS-Fomento Econômico e Social, Rogério Wallau.

A CaixaRS é financiadora do projeto, no valor de R$ 1 milhão. “Conforme esta experiência se mostre positiva, vamos ampliar a linha de financiamento e disponibilizar novos recursos para este e outros frigoríficos”, explica Wallau. Ele diz que o objetivo do projeto é atingir índices para exportação. “De acordo com o aumento da qualidade da carne, o produtor vai ganhando no preço pago pelo animal fornecido, é uma maneira de incentivar cada vez mais a busca pela qualidade”.

O assessor do Frigorífico Mercosul, Gustavo Dutra, conta que já foram aplicados R$ 500 mil em pastagens nas propriedades dos seis produtores cadastrados para o projeto no primeiro semestre. “Com isso conseguimos desenvolver 670 hectares”, afirma.

Os parceiros foram escolhidos dentro dos participantes do Programa de Fidelidade do Frigorífico Mercosul e já abatem animais no local há pelo menos cinco anos consecutivos. O investimento nas pastagens, destaca Dutra, é fundamental para o desenvolvimento da carne para exportação. “O animal que vai para o mercado externo precisa ser gordo, tendo de 220 quilos a 240 quilos de carcaça, isso se consegue com boa alimentação, com rastreabilidade e tratamento sanitário”.

Segundo o especialista, o frigorífico está fazendo um trabalho também de agregação de serviços nas propriedades, levando informações sobre o mercado aos produtores, estimulando a implementação da rastreabilidade bovina, o que incrementa o valor dos animais, e implementando programas de difusão genética. “Colocamos 190 touros nas propriedades e os produtores nos pagaram com carne”, afirma Dutra.

“Para a cabanha a vantagem foi que eles garantiram o mercado e o pagamento sem atraso dos touros e para o produtor as vantagens foram que ele não desembolsou dinheiro, não pagou juros nem frete e ainda teve orientação para a escolha do animal”, complementa.

Com o aprofundamento da parceria e o aprimoramento da qualidade da carne, o frigorífico pretende conseguir abrir novos mercados no exterior. “Exportamos para mais de 25 países e queremos vender ainda mais”, relata Dutra. Até julho deste ano, as remessas para o mercado externo totalizaram 3.194 toneladas. O Mercosul trabalha com 2,5 mil produtores, e tem sede em Bagé, além de operar com plantas em Alegrete, Mato Leitão e Pelotas.

Fonte: Jornal do Comércio/RS (por Martiane Welter e Thaíse Teixeira), adaptado por Equipe BeefPoint

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