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Vendas de sêmen de cruzamento se estabilizam

Após amargar drásticas quedas de venda, o mercado de sêmen para cruzamento industrial apresenta sinais de estabilidade. Quem volta a utilizar esta ferramenta está agindo profissionalmente, observado as diferentes exigências necessárias para a realização do processo.

Heverardo Rezende Carvalho, presidente da Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), e diretor da Alta Genetics, baseada em Uberaba, MG, explica que o tipo e direcionamento do cruzamento escolhido devem ser muito bem estudados, levando-se em conta a região onde será implantado. “Deve-se pensar no clima, mercado, e até na cultura regional”, exemplifica Rezende de Carvalho.

Alexandre Zadra, gerente de produto da Lagoa da Serra, sediada em Sertãozinho, SP, diz que as vendas de doses de sêmen não-zebuíno pararam de cair, e o mercado se estabilizou, chegando a apresentar surpresas. “O que tinha que cair no mercado de sêmen já caiu”, avalia, revelando que as vendas de sêmen Angus pelagem preta avançaram 22%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Zadra acredita que três motivos devem impulsionar o avanço do cruzamento industrial: necessidade de aumento de produtividade por área (eficiência produtiva), em função da pressão da agricultura sobre as áreas de pastagens; possibilidade de aproveitamento de resíduos agrícolas em confinamento a preços convidativos e a obrigatoriedade da classificação de carcaças nos frigoríficos, que passa a vigorar em 1o de janeiro.

O presidente da Asbia alega que não houve crise no cruzamento industrial, mas sim um “misturamento” de raças. “Cerca de 90% dos criadores não sabiam o que fazer com as fêmeas após o nascimento dos produtos F1, realizando acasalamento sem o menor embasamento técnico. Quem trabalhou direito não largou o cruzamento”, considera.

Neste momento despontam as raças adaptadas, principalmente o Senepol e o Bonsmara. Duas promessas para os próximos anos, dependentes de um cruzamento inicial bem feito, pois o sangue adaptado é colocado nas fêmeas F1, em cruzamentos rotativos.

“As raças adaptadas têm seu futuro pautado em um sistema de produção”, explica Vasco Beheregaray, gerente de produto da ABS Pecplan, baseada em Uberaba, MG.

O gerente da ABS diz que o mercado ainda é frouxo, excetuando-se as vendas de sêmen de Angus pelagem preta, que mostram-se mais robustas, mas vislumbra um bom futuro. “Em um cenário de 5 a 10 anos, profissionais irão fazer cruzamento. O Angus deve liderar as vendas, será a raça maternal. Os adaptados vêm em seguida e o Charolês deverá liderar as vendas das raças continentais, para a realização do cruzamento terminal”.

Existem ressalvas quanto às raças sintéticas, pois em muitos casos a utilização de touros nos acasalamentos, é grande, o que gera incertezas. “Se forem utilizados animais de genética superior, melhoradores avaliados, não haverá problemas. O risco para a venda de sêmen da raça ocorre quando são utilizados reprodutores sem critérios técnicos, gerando descendentes que desapontam o criador, refletindo em queda na venda de sêmen”, pondera Vasco Beheregaray.

Fonte: Equipe BeefPoint

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