Furlan considera decisão da Rússia sobre carne um exagero
27 de setembro de 2004
FAO compara produtividade entre países
29 de setembro de 2004

Como adquirir carne bovina de origem garantida

Por Fabiana Donato Aviles1

Vários aspectos podem ajudar o consumidor, a saber, se o produto que ele está comprando no varejo vem de estabelecimento inspecionado.

Quando a carne se apresenta em cortes e embalada, a rotulagem deve conter todas as informações necessárias para que se saiba que o estabelecimento processou aquele produto, como a logomarca do serviço de inspeção, que contém um número que identifica o estabelecimento, a data do processamento, a data de validade, a temperatura de conservação etc. Quando o carimbo de inspeção (de cor azul/roxa, feitos com tinta atóxica) está em grandes peças, é possível observar no interior o número que identifica o estabelecimento produtor.

Se as peças estiverem em cortes e não houver nenhuma identificação do estabelecimento produtor, o consumidor deverá exigir do estabelecimento varejista a nota fiscal de compra do produto, o que lhe permitirá constatar se a carne veio de estabelecimento habilitado ou não.

Caso não se comprove a origem da carne, o consumidor deverá denunciar o estabelecimento às autoridades de saúde pública ou aos órgãos competentes como: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, à Secretaria de Agricultura ou ainda a organizações não-governamentais, que as levarão ao conhecimento das autoridades competentes, para que seja feita a verificação quanto à qualidade do produto oferecido.

Para garantir a qualidade da carne que você consome, é importante estar informado e atento desde o momento de sua aquisição; procure comprá-la em estabelecimentos de sua confiança, que tenham condições sanitárias adequadas.

A carne bovina fresca tem características próprias, que a tornam fácil de ser reconhecida. A leitura deste texto levará você a identificar essas características para adquirir somente carnes de boa qualidade.

O produto: a carne fresca deve ter coloração vermelho-cereja brilhante, odor característico de carne fresca e uma certa elasticidade, capaz de fazê-la ceder à pressão dos dedos. A gordura deve ter coloração amarelo-clara, próximo à tonalidade da manteiga. A carne embalada a vácuo, entretanto, tem coloração mais escura, o que é normal e não indica deterioração. Não deixe de verificar a data de validade do produto, que, por lei, deve estar impressa no rótulo da embalagem.

Se você notar excesso de líquido dentro das embalagens, assim como manchas esverdeadas, ou se a embalagem não estiver bem aderida ao produto, não compre. Quando adquirir carnes congeladas, coloque-as no congelador de sua casa, no prazo máximo de uma hora após a compra.

Tipos de embalagem: hoje se encontra à venda carne tanto no balcão do açougue como em pequenas bandejas de isopor ou em embalagens a vácuo. Prefira as carnes embaladas a vácuo ou em pequenas bandejas.

Em pequenas bandejas, pode ser utilizada a “atmosfera modificada”, que nada mais é do que a mistura de oxigênio com gás carbônico injetado na embalagem para manter a qualidade do produto e prolongar a sua vida útil. Nesse tipo de embalagem, a carne dura até dez dias em refrigerador doméstico.

Na carne embalada a vácuo, todo o oxigênio é retirado da embalagem. Essa é uma das formas mais seguras de garantir a qualidade e a durabilidade da carne, pois impede o crescimento de microrganismos que precisam de oxigênio para se manter. A carne acondicionada nesse tipo de embalagem apresenta uma coloração mais escura, próxima ao marrom, mas isso é perfeitamente normal, pois se deve à falta de contato da carne com o oxigênio. Poucos minutos após a abertura da embalagem, ao entrar em contato novamente com o oxigênio, ela retornará à sua cor vermelho-cereja natural.

Local de compra: Adquira carnes em estabelecimentos de sua confiança. Observe a higiene do local, pois isso se refletirá na higiene da carne fornecida. Opte por açougues com paredes azulejadas e pisos de cerâmica, que sejam fáceis de higienizar, com balcões e instalações limpas, e onde não haja carnes dependuradas em ganchos. As carnes devem permanecer refrigeradas e não expostas ao ambiente, devendo estar livres do contato com insetos e poeira.

No local de compra, verifique se o balcão frigorífico é mantido em temperatura constante de no máximo 7oC. Um meio de avaliar o funcionamento do balcão é observar se as carnes bovinas expostas mantêm a coloração vermelho-cereja brilhante. A iluminação do balcão de carnes também é importante: evite comprar carne onde os comerciantes utilizem lâmpadas avermelhadas, pois isso mascara a coloração real do produto. O excesso de produtos expostos nos balcões refrigerados prejudica a circulação do ar frio, comprometendo a conservação dos alimentos. Cada produto deve ter o seu lugar, portanto cortes de diferentes espécies, como bovinos, suínos e de aves, não devem estar misturados nos balcões frigoríficos.

Lembre-se de que os funcionários do açougue devem ter os cabelos presos e usar toucas, assim como uniformes brancos e limpos. Em suma, deve apresentar o maior asseio possível.

Para fazer uma comunicação à Agência de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, pode-se usar o seguinte endereço eletrônico: (cmleal@cda.sp.gov.br). Denúncias também podem ser feitas através do telefone (19) 3241-4700, ramal 2285.

_______________________________
1 Fabiana Donato Aviles é zootecnista do SIC (Serviço de Informação da Carne)

O endereço de contato do SIC é:

SIC – Serviço de Informação da Carne
Av. Francisco Matarazzo, 455
Prédio 29 – Parque da Água Branca
05001-900 – São Paulo – S.P.
Tel (11) 3872 2337
Fax (11) 3872 1297
E-mail: sic@sic.org.br

Os comentários estão encerrados.