Pardinho, no interior de São Paulo será o foco de um novo conceito na comercialização de sêmen. A central de inseminação artificial Bela Vista, do pecuarista e empresário Jovelino Mineiro, lançou um catálogo de touros em que, o comércio de material genético será feito diretamente entre os pecuaristas, ficando sob responsabilidade da empresa apenas a industrialização do sêmen e a garantia de qualidade. “Em uma pecuária do tamanho da brasileira não pode existir uma única forma de comercialização”, afirma Mineiro.
Com apenas cinco anos de existência, a Bela Vista deverá industrializar 750 mil doses de sêmen em 2004. “Devemos ter um faturamento da ordem de R$ 2,4 milhões com o processamento das doses de touros do novo catálogo e de outros animais”, afirma o gerente da central, Maurício Nabuco.
Industrialização
Apesar de aparentemente pouco atrativa, do ponto de vista comercial, o segredo da Bela Vista está na industrialização. Atualmente, as centrais de inseminação produzem as doses, armazenam e também são responsáveis pela comercialização do produto. “Não temos interesse no comércio, que caberá aos pecuaristas, mas no processo de industrialização”, diz Mineiro.
O interesse não é por acaso. Apesar de não haver restrição para participar do sistema, é necessário apenas que o touro atenda às exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o dono do reprodutor precisa, necessariamente, industrializar o sêmen pela Bela Vista. “Mil é o número mínimo de doses que industrializamos. Nesse caso, o valor por dose é de R$ 3,50. Para processar mais de cinco mil doses o custo cai para R$ 2,90”, explica Nabuco.
Funcionando como prestadora de serviços e reduzindo seus custos, a idéia está sendo bem avaliada pelo mercado. “Precisamos atender as necessidades do pecuarista e não monopolizar touros por considerar que eles são melhores do que outros”, afirma o presidente da Semex do Brasil, Jurandyr Maues.
Preocupado com a distribuição, mas aberto para a novidade, o gerente geral de exportações da Lagoa da Serra, Maurício José de Lima, acredita que o novo sistema pode gerar bons resultados. “Qualquer decisão que facilite a vida do pecuarista é bem vinda, mas o maior desafio está na logística”, afirma.
A responsabilidade da entrega, no entanto, é do proprietário do touro, que poderá manter as doses em sua posse ou armazenar na Bela Vista. “Para esse serviço cobramos mensalmente de R$ 0,05 a R$ 0,10 por dose”, diz Nabuco. Com 180 touros, o primeiro catálogo tende a aumentar em 2005 podendo atingir 400 reprodutores segundo o gerente.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Alexandre Inácio), adaptado por Equipe BeefPoint
0 Comments
Grande idéia do Jovelino, a ser completada por informações e imagens adequadas dos touros fornecedores.
Fica faltando pequenos botijões descartáveis ou fáceis de devolver. Então a escolha seria em “site”, a encomenda por e-mail, o recebimento pelo correio e o pagamento via bancária.
Bem… desde que os genes levem qualidade! Beleza!
Este novo conceito de comercialização quebra um grande paradigma do mercado de IA, pois possibilita aos donos dos proprietários de touros, comercializar diretamente a sua genética.
Parabéns a Central Bela Vista pela iniciativa.