Mercado interno
O rebanho argentino é o sexto maior do mundo, estabilizado em aproximadamente 50 milhões de cabeças, ficando atrás da Índia, Brasil, China, Estados Unidos e União Européia. O número de abates anuais gira em torno de 12 milhões de cabeças com a taxa de desfrute de 25%.
O consumo per capita de carne bovina na Argentina é maior do mundo. A média anual ultrapassa 60 Kg por habitante, como mostra o gráfico abaixo.
Ao contrário do que acontece ao redor do mundo, as vendas de carne em supermercados não têm progredido no mercado argentino, pelo contrário, têm até regredido. Com a grande crise econômica ocorrida recentemente, muitos consumidores preferem comprar em pequenos açougues perto de suas casas, onde conseguem crédito, ao invés de pagar à vista. Em Buenos Aires, 75% da carne é vendida em açougues.
Em 2001, cerca de 12 a 15% do gado abatido na Argentina era proveniente de animais oriundos de confinamentos. Em 2002 a Argentina entrou em grande crise econômica. O peso, que tinha o mesmo valor do dólar americano, desvalorizou-se drasticamente, onerando os custos com alimentação dos animais, tornando os confinamentos menos vantajosos economicamente.
Porém, a expansão das áreas produtoras de grãos e fortes enchentes ocorridas na província de Santa Fé, principal região produtora de carne, forçaram novamente o retorno dos confinamentos no final de 2002. As projeções apontam para um crescimento no número de animais confinados nos próximos anos, em função do avanço das áreas de agricultura sobre as áreas de pastagens.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), prevê queda de 4% na produção de carne argentina em 2004. Essa redução seria conseqüência de um grande número de abates forçados em 2003, causado por um inverno seco e severo. Além disso, muitos bovinos foram terminados em confinamentos devido à falta de pastagem. Estes animais foram abatidos muito mais novos e leves do que o normal.
Estima-se que aproximadamente 400 mil cabeças tenham sido abatidas em 2003 por causa da seca, e isso deve prejudicar a produção em 2004 e 2005. A taxa de concepção e de nascimentos deverá ser muito baixa em 2004 e, como conseqüência, o número de animais abatidos em 2005 e 2006 deverá cair.
Mercado externo
As exportações argentinas têm se mantido instáveis em função dos focos de febre aftosa ocorridos ao longo dos anos. Com a descoberta de focos em 2001, as exportações regrediram 53% em relação à 2000, e a Argentina exportou apenas 168 mil toneladas em equivalente carcaça . Foi o pior desempenho da Argentina no mercado externo nas últimas cinco ou seis décadas. Nos anos 70 a Argentina exportava cerca de 32% de sua produção.
Depois de 2001, os embarques começaram a aumentar progressivamente, com o retorno de seus antigos clientes. Em 2003 14% da produção foi exportada. As projeções para 2004 são de embarques de 16% do total produzido.
O último foco de febre aftosa registrado na Argentina ocorreu em setembro de 2003, mas não chegou a afetar o desempenho das exportações que bateram em 384 mil toneladas naquele ano. Para o final de 2004, as previsões apontam para a exportação de 420 mil toneladas.
História da Aftosa na Argentina desde 1994
A região considerada como livre de aftosa sem vacinação pela OIE, zona ao sul do paralelo 42, é constituída pela Patagônia, região gelada e inóspita, que possui apenas 1,8% do rebanho argentino e totalmente inadequada para a produção animal.
Futuro
A Argentina tem recuperado sua posição nos mercados internacionais. Com exceção ao NAFTA, que tem como pré-requisito que o país seja livre da aftosa com vacinação para importar carne in natura dos países asiáticos, como Japão e Coréia, que só aceitam carne de nações declaradas livre da doença sem vacinação pela OIE, os embarques argentinos tem alcançado todo o resto do mundo, incluindo a União Européia, seu principal comprador. Porém, isoladamente, a Rússia tornou-se em 2004 o principal cliente argentino, absorvendo 21% das exportações.
Fonte: Equipe BeefPoint