O Comitê Hemisférico para Erradicação da Febre Aftosa discutirá no dia 1o de dezembro, durante reunião na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Brasília, o novo plano de ação para eliminar a doença do continente até 2009. A Opas estima em US$ 40 milhões o volume de recursos adicionais necessários para aplicar no programa nos próximos cinco anos. A nova estratégia de combate da aftosa deve prever o reforço das campanhas de sanidade animal nas regiões de fronteira dos países da América do Sul.
“Devemos dar um enfoque especial às áreas de fronteira”, disse o médico veterinário Victor Saraiva, coordenador de doenças vesiculares do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa). As regiões mais críticas são as fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Bolívia, da Argentina com o Paraguai, da Bolívia com o Equador e da Colômbia com a Venezuela. “O novo plano também deve contemplar o fortalecimento dos programas nacionais de combate à aftosa” afirma o médico veterinário.
Hoje, apenas a América do Sul convive com a aftosa no hemisfério. “Mas já tivemos grandes progressos na região”, destaca Saraiva. Dono do maior rebanho comercial do mundo, o Brasil tem 85% das suas 193 milhões de cabeças de gado em zonas livres da doença com vacinação. “Recentemente, o Uruguai também conseguiu o status de livre de aftosa com vacinação”. A América do Norte, América Central e o Caribe são considerados áreas livres da aftosa.
Os recursos adicionais para a execução do plano, ou seja, além daqueles que os governos já aplicam no combate à aftosa, poderão ser alocados tanto pelo governo quanto pelo setor privado. O comitê é formado por 12 representantes governamentais e de entidades do agronegócio das sub-regiões da Bacia do Prata, Andina, Amazônia e Brasil não-amazônico, América Central, América do Norte e Caribe.
“A presença da aftosa na América representa um risco comercial para todos os países, inclusive aqueles que são livres da doença”, diz Saraiva. Segundo ele, isso explicaria o interesse dos Estados Unidos na erradicação da doença na América do Sul.
Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint