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Nova suspeita de foco de febre aftosa na Argentina

O governo brasileiro está em alerta por conta da suspeita de novo foco de aftosa na Argentina. O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Alimentar (Senasa) da Argentina, órgão responsável pela fiscalização, enviou comunicado ao Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa) e à Organização Internacional de Epizootias (OIE) informando ter detectado sintomas da doença em um lote de 50 animais na província de Buenos Aires. A região fica a 700 quilômetros da fronteira com o Rio Grande do Sul.

O conselheiro agrícola da Embaixada da Argentina no Brasil, Miguel Campos, confirma a suspeita do foco da doença, mas disse que a primeira análise deu negativa. “Quando o primeiro exame dá negativo, o segundo também deve dar. É provável que seja outra enfermidade, com sintomas similares”, diz.

Autoridades aguardam para esta semana o resultado do segundo exame. O Senasa informou todas autoridades internacionais e brasileiras sobre a suspeita, afirmando que os bezerros suspeitos haviam sido vacinados há poucos dias. Um raio de 25 quilômetros da propriedade, que tem 200 animais, ficará isolado.

“Estamos em permanente alerta porque a Argentina é um país infectado”, informou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Carlos de Oliveira. Segundo ele, todas providências já foram tomadas em 2001, quando estouraram focos de aftosa na Argentina, atingindo o rebanho gaúcho. Na época, foram instaladas barreiras sanitárias na região e proibida a entrada de animais e subprodutos no Brasil. Agora o Governo brasileiro determinou o reforço da vigilância sanitária nas áreas de fronteira com aquele país, de acordo com a diretora do Departamento de Defesa Animal do Mapa, Denise Euclydes Mariano.

Para o diretor do departamento de produção animal da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, Walter Léo Vebirst, o risco só não é maior porque a província está distante da fronteira. “Na Argentina houve apenas o controle, não a erradicação da doença”, diz Vebirst.

Para o diretor, não deverá haver epidemia na região porque recentemente houve vacinação. Na Argentina a primeira etapa de vacinação encerrou-se em maio, com a distribuição de 56,9 milhões de doses, 37,6% na província de Buenos Aires. No Rio Grande do Sul foram imunizados 14 milhões de bovinos. O governo gaúcho tem nove barreiras fixas, oito barcas e 10 barreiras volantes fiscalizando a região. “Se os focos se aproximarem da fronteira, vamos reavaliar as ações”, diz.

Há 10 meses o Brasil não registra focos e em 2001 foram detectados 37. O ministério trabalha para apresentar à OIE pedido de retorno do status do Rio Grande do Sul como zona livre de aftosa com vacinação.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi) e Diário Popular/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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