O Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai remeteu na semana passada um documento à Organização Internacional de Epizootias (OIE) pedindo a restituição do status de “livre de febre aftosa”. A solicitação será analisada no mês que vem por uma comissão especial.
O Paraguai deixou de ser um país “livre de febre aftosa” em outubro de 2002, quando registrou um foco da doença em Canindeyú, distrito de Corpus Christi. O incidente foi registrado no estabelecimento de um produtor brasileiro, que também possuía terras e animais no país vizinho.
O país contava, naquele momento, com a condição de livre de aftosa com vacinação. Em 1999, as autoridades paraguaias, com o apoio da Associação Rural do Paraguai (ARP), tentaram converter o país em nação livre sem vacinação. Isso obrigou o governo a suspender as imunizações. Como o plano fracassou, a vacinação voltou a ser feita no ano seguinte. No final de 2002 e meados de 2003, o Paraguai denunciou focos de aftosa. O último foi registrado em Boquerón, Chaco.
O presidente do Senacsa, Hugo Corrales, disse que a situação atual do país permite que a solicitação seja feita à OIE. Ele disse que o Paraguai foi submetido a uma amostragem sorológica no início deste ano, que demonstrou a ausência de circulação do vírus da febre aftosa. Além disso, foi auditado pelo serviço sanitário chileno, que autorizou a entrada de carne paraguaia após dois anos.
O documento enviado pelo Paraguai à OIE também contém relatos dos últimos avanços do país, como por exemplo, a aplicação de um sistema de fiscalização da vacinação contra a aftosa, a unificação dos serviços veterinários, o processo de informatização de oficinas regionais, entre outros.
O documento será recebido por uma comissão especial da OIE no mês que vem. Se não houver observações, o Paraguai se converterá em um país livre de aftosa. Caso existam objeções, o pedido e as contestações deverão ser estudados pelo Comitê Científico em março. Neste caso, o país poderia recuperar seu status em maio.
O Paraguai exportou neste ano cerca de US$ 133 milhões em carnes, a mais de 67 países.
Fonte: Diario ABC Color y ABC Color Digital, adaptado por Equipe BeefPoint