O frigorífico paulista Bertin, com filial em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, responsável por 20% da produção da empresa, prevê exportações da ordem de US$ 263 milhões neste ano. De janeiro a abril, o faturamento do frigorífico cresceu 13% em relação ao mesmo período do ano passado. A estimativa do frigorífico é enviar ao mercado externo um volume total de 135 mil toneladas de carne bovina em 2002.
Devido às crises sanitárias na pecuária argentina e uruguaia no ano passado, o Brasil se tornou o terceiro maior exportador de carne bovina do mundo, com a comercialização de 750 mil toneladas e rendimentos da ordem de US$ 1 bilhão. A Austrália se manteve na liderança do ranking com a exportação de 1,2 milhão de toneladas, seguida dos Estados Unidos, com 1 milhão de toneladas. Apesar do salto de 25% no faturamento da indústria nacional em relação ao comércio internacional de carne bovina de 2001 em relação a 2000, o gerente de exportações do grupo Bertin, Marco Bicchieri, acredita que o Brasil ainda não explorou o mercado potencial existente.
O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, Enio Antônio Marques, garante que a epidemia de febre aftosa nos rebanhos da Argentina e do Uruguai e o mal da “vaca louca” na Europa incidiram diretamente no crescimento das exportações brasileiras. “Mas este ano a situação do Brasil no mercado deve se manter estável, sem grande crescimento, tendo em vista a retomada das exportações dos nossos vizinhos sul-americanos e o controle da “vaca louca” no continente europeu”.
Por dia, o frigorífico Bertin abate, em média, quatro mil cabeças de gado. As operações para o mercado externo representam 50% dos negócios da empresa. O produto in natura ou industrializado com a marca Bertin chega a cerca de 40 países da Europa, América Latina e Ásia. A carne cozida enlatada, chamada de corned beef, é importada em grande parte por Estados Unidos e Inglaterra e a produção se concentra na sede da empresa em Lins, interior paulista.
Além da sede no Estado de São Paulo e do centro produtivo em Ituiutaba (MG), o grupo possui unidades em Votuporanga (SP), Mozarlândia (GO) e Naviraí (MS). O gerente comercial do frigorífico de Ituiutaba, José Eduardo Silveira, afirma que a maior parte da carne produzida na unidade se destina ao consumo externo. “De 600 a 700 cabeças de gado são abatidas diariamente, a maioria da raça Nelore”, observa.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Rodrigo Mascarenhas), adaptado por Equipe BeefPoint