O governo do Paraná vai incentivar o aumento da participação dos pecuaristas e das cooperativas paranaenses no abate e na distribuição de carne bovina. A idéia é fortalecer o setor e tornar o estado menos vulnerável a crises como a ocorrida após o fechamento do frigorífico Margen, que mantém três unidades no Paraná.
O assunto foi discutido ontem numa reunião entre o vice-governador e secretário da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti, com representantes dos pecuaristas, das cooperativas e da Federação da Agricultura do Paraná.
Segundo Pessuti, uma das idéias é fortalecer as chamadas alianças mercadológicas entre os pecuaristas, como já ocorre em Paranavaí, União da Vitória, Pato Banco e Jacarezinho.
Nas alianças, os produtores deixam de vender os bois vivos para os frigoríficos e apenas os contrata para que abatam os animais. A negociação com os supermercados também é realizada diretamente pelos pecuaristas, o que pode aumentar suas margens de lucro.
Em Guarapuava, por exemplo, os produtores estão entregando o produto diretamente para a rede de supermercados Pão de Açúcar. A outra medida defendida por Pessuti é incentivar a participação das cooperativas estaduais no setor de carnes.
A Cooperativa de Cascavel (Coopavel) e a de Rolândia (Corol) já estudam a proposta. “As medidas visam fortalecer o setor no estado e diminuir a dependência dos pecuaristas com os frigoríficos, em especial o Margen que, sozinho, é responsável por toda a exportação de carne bovina do estado e também responde por 40% de todo o abate realizado no Paraná”, explicou.
“Vamos trabalhar para que os produtores ocupem espaço na industrialização e na comercialização da carne para que essa dependência excessiva diminua e o setor corra menos riscos. Como ocorreu com o setor do leite, que sequer foi afetado no Paraná após o fechamento da Parmalat”, assegurou Pessuti.
Fonte: Agência Estadual de Notícias/PR e Valor (por Marli Lima e Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint