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Carnes são o segundo item da pauta de exportações

“Não poderia ter sido melhor. Em 2004, os preços subiram, os volumes aumentaram. Nossa perspectiva é ter um 2005 igual”, diz, animado, o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli. É o que mostra, também, previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que, em relatório recente, projeta, para 2005, exportações recordes de carnes (bovina, suína, de frango e de peru), que devem atingir 17,6 milhões de toneladas, 5,4% a mais do que em 2004.

O Brasil, segundo o USDA, “deve manter a posição de maior exportador de carne bovina e de frango, pelo segundo ano consecutivo”. Mas o relato deixa de mencionar que, do mesmo modo, merecem destaques as exportações brasileiras de carnes suína (quarto lugar, após União Européia, EUA e Canadá) e de peru (terceiro, com 128 mil toneladas, logo depois dos EUA, com 206 mil toneladas e União Européia, com 170 mil).

De acordo com dados preliminares, de janeiro a novembro, a comercialização externa de carnes gerou US$ 5,4 bilhões em divisas, 50% acima dos US$ 3,6 bilhões de todo o ano de 2003. Segundo o Ministério da Agricultura, entre os produtos que tiveram maiores aumentos de valor estão a carne bovina in natura (74,3%) e frango in natura (45%).

As exportações de carne bovina in natura e industrializada continuaram apresentando forte crescimento (45,7%) e (28,5%), respectivamente. O incremento resultou do aumento de 59% na quantidade exportada com uma redução de 8,3% nos preços, no caso da carne bovina in natura e um aumento de volume de 23,7% somado a uma variação de 3,9% nos preços, no caso da carne bovina industrializada.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) assinala, contudo, que o Brasil aumentou a participação no mercado internacional porque concorrentes tiveram problemas: os Estados Unidos registraram casos de doença da “vaca louca” e a Austrália enfrentou problemas climáticos.

De acordo com dados oficiais estimados, em 2004, o rebanho bovino do país é de pouco mais de 191 milhões de cabeças (4% maior do que em 2003), das quais foram abatidas quase 40 milhões (+6%), resultando numa produção de 8 milhões de toneladas em carcaças equivalentes (+4%). Quanto ao consumo interno per capita de carne bovina, tem se mantido ao redor de 36 quilos (em carcaças equivalentes) nos últimos três anos, ou, por volta de 6 milhões de toneladas (em carcaças equivalentes) desde 2000. Isso deixa claro que o pólo dinâmico da pecuária são as exportações. O mesmo vale para a avicultura e suinocultura.

Afinal, as carnes ocupam honroso segundo lugar na pauta de exportações do agronegócio, atrás, apenas, do complexo soja. É por tudo isso que o diretor de relações institucionais da Perdigão, Ricardo Menezes, espera a continuidade do trabalho do trio de “mascates” – os ministros Luiz Fernando Furlan, da Indústria e Comércio, Roberto Rodrigues, da Agricultura e Celso Amorim, das Relações Exteriores – no desbravamento e consolidação de mercados internacionais para as carnes made in Brazil.

Fonte: Valor (por Anamárcia Vainsencher), adaptado por Equipe BeefPoint

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