A rotina de trabalho na unidade do Frigorífico Margen, em Lupionópolis (105 km ao norte de Londrina), estará normalizada hoje. Depois de mais de um mês de paralisação, as atividades recomeçaram na segunda-feira, quando foram abatidos 161 animais. Segundo o gerente da unidade, Fernando Utiyama, a capacidade de abate é de 400 cabeças/dia. Mas ontem, o que predominava no frigorífico era o clima de tranquilidade e satisfação entre os funcionários. Todos os 120 empregados que cumpriam aviso prévio foram readmitidos.
As atividades do frigorífico estavam paralisadas desde o início de dezembro de 2004, quando a diretoria e três sócios proprietários do grupo Margen com 21 unidades em oito Estados foram presos pela Polícia Federal na chamada Operação Perseu, suspeitos de sonegação fiscal, evasão de divisas, formação de quadrilha, tráfico de influência, corrupção e lavagem de dinheiro. Com os bens bloqueados pelo Justiça, as unidades reduziram e, posteriormente, suspenderam os abates. O grupo chegou a anunciar a demissão de seus 11 mil funcionários 2,3 mil só no Paraná. A diretoria e os sócios foram soltos no final de dezembro, depois que o Ministério Público Federal não apresentou denúncia. Os bens foram liberados na sequência.
Além do retorno das atividades, a direção do frigorífico está regularizando o pagamento dos animais que também estava suspenso por causa do bloqueio judicial. O acerto de contas está sendo feito pela unidade de Paranavaí, onde fica o departamento financeiro do grupo. ”Nenhum produtor será lesado”, garantiu o gerente.
O produtor Marcelo Crivelari, de Astorga, disse que o pagamento das notas promissórias rurais (NPR) que estava atrasado foi parcelado. ”Não considero que fomos lesados, pois o parcelamento foi aceito pelos produtores”, afirmou. No Estado, segundo o produtor, o grupo Margen é o único que abate e paga um valor a mais por isso o boi rastreado, cujo destino é o mercado externo.
A unidade do frigorífico, em Lupionópolis, está em funcionamento há seis meses, quando o grupo Margen arrendou as instalações de outra empresa que havia na cidade. A unidade abastece o mercado interno.
Mato Grosso
Em Mato Grosso, as duas unidades de abate empregam cerca de 800 funcionários. Todos, segundo informações da empresa, não terão qualquer prejuízo e irão receber os salários normalmente, apesar da paralisação.
Segundo Márcio Dornelas, do Departamento de Compras do Frigorífico Margen em Cuiabá, todos os parcelamentos com pecuaristas e fornecedores – alguns inclusive com prazo de vencimento para fevereiro e março – já foram quitados. Em termos de valores, os pagamentos a pecuaristas atingem a cifra de aproximadamente R$ 1 milhão. Para fornecedores, a dívida não chega a representar 10% desse montante.
Fonte: A Tarde e Diário de Cuiabá, adaptado por Equipe BeefPoint
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Não há dúvida de que o retorno à atividade de várias plantas industriais que estavam paradas traz um alívio para produtores de várias regiões do país, isso para não falar dos milhares de trabalhadores que vão conservar seus empregos.
Entretanto, afirmar que os produtores não foram lesados é uma piada. Receber apenas 20% do que me era devido na data do vencimento e o saldo devedor em parcelas iguais em 30/60/90/120 dias sem correção alguma é um absurdo.
As atividades poderiam ter retornado sim, mas com outros administradores. Eu, pessoalmente, não vendo mais nenhum animal para essa gente, prefiro mudar de atividade.