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Análise Semanal – 19/01/2005

Os frigoríficos não demonstram nenhuma preocupação com relação a uma suposta falta de animais rastreados para abate. Tanto, que mantêm as pressões baixistas sobre as cotações da arroba.

Em São Paulo, por exemplo, o boi rastreado vale, de balcão, R$60,00/@, a prazo, para descontar o Funrural. Às vezes consegue-se alguma coisa a mais na venda de lotes grandes, principalmente para frigoríficos de mercado interno. Mas está difícil.

É verdade que a maioria dos frigoríficos paulistas informa que as compras dentro do Estado correm no pingado. Contudo, fora, principalmente no Mato Grosso do Sul, há boa disponibilidade de mercadoria.

O maior volume de ofertas de animais terminados vem sendo registrado no Mato Grosso, onde as cotações literalmente despencaram nos últimos meses (gráfico). A defasagem da cotação do boi gordo de Cuiabá (MT) em relação à de Barretos (SP) chegou a 12,5%. Em novembro do ano passado era um pouco menor, 11%.


E é possível que mais recuos venham por aí, uma vez que alguns compradores mato-grossenses já estão acertando as matanças de depois do carnaval. Vão pular tranqüilos. Vale ressaltar também que alguns exportadores do Estado pararam de trabalhar com animais não rastreados. Agora só compram gado com o atestado do SISBOV.

Em algumas regiões já se observa um aumento significativo da oferta de fêmeas. É época de negociar as vacas velhas, de descarte. Além do mais, as fêmeas terminam antes dos machos. Mas é preciso considerar também o abate de matrizes, que ainda tende a se manter elevado ao longo do primeiro semestre deste ano.

A estiagem castiga algumas regiões da Bahia e do Rio Grande do Sul. Principalmente na Bahia os compradores reportam que vêm sendo abatidos animais magros, escorridos. São os contrastes de um país-continente. Em alguns lugares chove demais, enquanto em outros chove “de menos”.

Em geral a tendência é que as pressões baixistas se mantenham fortes. Além do bom volume de ofertas, as vendas de carne no atacado estão fracas, o ritmo das exportações diminuiu um pouco e o dólar continua relativamente baixo. A sustentação das cotações da arroba depende de uma estratégia de venda compassada por parte dos produtores.

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