Os frigoríficos não demonstram nenhuma preocupação com relação a uma suposta falta de animais rastreados para abate. Tanto, que mantêm as pressões baixistas sobre as cotações da arroba.
Em São Paulo, por exemplo, o boi rastreado vale, de balcão, R$60,00/@, a prazo, para descontar o Funrural. Às vezes consegue-se alguma coisa a mais na venda de lotes grandes, principalmente para frigoríficos de mercado interno. Mas está difícil.
É verdade que a maioria dos frigoríficos paulistas informa que as compras dentro do Estado correm no pingado. Contudo, fora, principalmente no Mato Grosso do Sul, há boa disponibilidade de mercadoria.
O maior volume de ofertas de animais terminados vem sendo registrado no Mato Grosso, onde as cotações literalmente despencaram nos últimos meses (gráfico). A defasagem da cotação do boi gordo de Cuiabá (MT) em relação à de Barretos (SP) chegou a 12,5%. Em novembro do ano passado era um pouco menor, 11%.
Em algumas regiões já se observa um aumento significativo da oferta de fêmeas. É época de negociar as vacas velhas, de descarte. Além do mais, as fêmeas terminam antes dos machos. Mas é preciso considerar também o abate de matrizes, que ainda tende a se manter elevado ao longo do primeiro semestre deste ano.
A estiagem castiga algumas regiões da Bahia e do Rio Grande do Sul. Principalmente na Bahia os compradores reportam que vêm sendo abatidos animais magros, escorridos. São os contrastes de um país-continente. Em alguns lugares chove demais, enquanto em outros chove “de menos”.
Em geral a tendência é que as pressões baixistas se mantenham fortes. Além do bom volume de ofertas, as vendas de carne no atacado estão fracas, o ritmo das exportações diminuiu um pouco e o dólar continua relativamente baixo. A sustentação das cotações da arroba depende de uma estratégia de venda compassada por parte dos produtores.