O Norte e o Nordeste receberão 65% dos R$ 65 milhões alocados pelo governo federal, neste ano, para o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa. Os outros 35% serão transferidos aos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A destinação dos recursos foi aprovada ontem, durante a reunião do Fórum Nacional de Secretários de Agricultura. “A decisão, tomada em conjunto pelos setores público e privado, é uma declaração de guerra para eliminarmos a aftosa em todo o país”, disse o ministro Roberto Rodrigues.
Durante o encontro, Rodrigues também apelou aos estados prejudicados pelo embargo russo às carnes brasileiras que apresentem protestos formais ao governo daquele país. “A missão russa que veio ao Brasil concluiu que é normal a situação nas áreas livres de aftosa com vacinação. Tecnicamente, não há razão para manter a restrição. Seria interessante que os secretários articulassem uma ação com os governadores para levantar o embargo.” Hoje, a Rússia importa carne apenas de Santa Catarina.
Rodrigues afirmou que o ministério se empenhará para liberar o mais rápido possível os R$ 65 milhões do programa aos estados e evitar que sejam contingenciados. Ele elogiou ainda a aprovação dos critérios para distribuição da verba. Para Rodrigues, o Sul, Sudeste e Centro-Oeste demonstraram grandeza ao contemplar o Norte e o Nordeste com a maior parte dos recursos. “Os demais estados tiveram clareza de que é preciso eliminar a doença em todo o país”.
Certificação por propriedade
O ministro sugeriu aos secretários de Agricultura e ao Fórum Nacional da Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que examinem a possibilidade de mudar o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Segundo Rodrigues, o país deveria adotar a certificação de origem por propriedade. “Esse mecanismo tornaria mais ágil o trânsito de animais no país”.
O secretário-executivo do ministério, Luís Carlos Guedes Pinto, também participou do encontro. Ele reiterou que a alocação de recursos para os programas de sanidade é uma das prioridades do governo. Já o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel, reforçou a necessidade de estabelecer uma estratégia para envolver os governadores nas ações de erradicação da aftosa.
“A erradicação da doença é um objetivo comum de todo país”, reafirmou o presidente do Fórum Nacional de Secretários de Agricultura, Luiz Castro. De acordo com ele, a aprovação dos critérios para liberação dos recursos do programa de combate à aftosa é um marco histórico nas relações do ministério com os estados.
Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint