As cotações do boi gordo não param de cair. Mesmo durante a tradicional “paradeira” do carnaval os frigoríficos não deixaram de exercer pressões baixistas. Estão de olho na valorização do real, que tem reduzido a competitividade da carne brasileira no mercado internacional. Hoje, por exemplo, a cotação do boi gordo paulista, em dólares, está mais cara que a do boi da Argentina.
Desde novembro no ano passado (mês do pico) até agora, na média de 25 praças pesquisadas pela Scot Consultoria, a cotação do boi gordo recuou 6%. As maiores retrações foram registradas em Barra do Garças – MT (13%), Tocantins (12% tanto no Norte quanto no Sul do Estado), Campo Grande – MS (11%), Dourados – MS, Três Lagoas – MS e Sudoeste do Mato Grosso, todos com 10%. Em São Paulo a queda foi de 6%, tanto na região de Barretos quanto em Araçatuba.
Com exceção de algumas regiões – Sul de Goiás, por exemplo – a oferta de animais terminados é considerada boa, o que tem facilitado a imposição de recuos por parte dos compradores. Em algumas praças, inclusive, a oferta de fêmeas voltou a superar a de machos, levando ao aumento do deságio entre vaca gorda e boi gordo.
As vendas internas de carne bovina também não ajudam. Apesar da recuperação da economia, o atacado ainda não escapa do movimento de ligeiro aquecimento em início de mês, com recuo das vendas nas semanas seguintes. Além do mais, o frango está com preços competitivos.
O produtor tem amargado um começo de ano difícil. Custos em alta, preços em baixa, pressão dos frigoríficos (vide a nova tabela de compra de animais terminados), MST anunciando a reedição do “Abril Vermelho” etc.
Infelizmente, ao menos para o curto prazo, não há qualquer perspectiva de alteração de cenário.