O governo de Queensland, na Austrália, precisa fazer uma lei requerendo que os processadores passem os detalhes sobre as carcaças de carne bovina aos consumidores ou o Sistema Nacional de Identificação de Animais perderá seu valor (National Livestock Identification System – NLIS), afirma a Associação Australiana de Carne Bovina (Australian Beef Association – ABA).
De acordo com a presidente da ABA, Linda Hewitt, o governo impôs um programa mal planejado de regulamentação do NLIS, que “obriga de forma compulsória os produtores identificar seus animais, mas não há nenhum requerimento aos frigoríficos para fornecerem essas informações aos consumidores. A legislação é falha”.
“As declarações de que os países estão demandando cada vez mais um sistema completo de rastreabilidade é falsa. Até agora, os processadores da Austrália não estão passando as informações atualmente fornecidas pelos identificadores animais e pela Declaração Nacional de Vendedores (National Vendor Declaration – NVD) aos consumidores”, disse ela.
“A ABA sempre soube e agora está alertando a todos que não existem demandas dos clientes por qualquer sistema adicional de rastreabilidade. Os processadores multinacionais dos EUA estão até lutando contra a introdução da legislação sobre rotulagem do país de origem com base nos custos, mas na verdade isso permitirá a eles usar carne bovina mais barata de países do terceiro mundo para reduzir os preços aos produtores dos EUA. Se eles não querem nem saber de qual país a carne bovina é, como podem pedir por detalhes sobre o animal de origem?”.
Ela disse que esta forma de rotulagem é uma forma de manter os altos padrões sanitários animais dos produtores dos EUA. Sem a rotulagem do país de origem, existe a permissão para a redução tanto dos padrões de sanidade animal como do preço com a introdução de carne bovina do terceiro mundo em seus mercados. Ela disse que a rotulagem do país de origem também protege o acesso da Austrália aos EUA, à medida que a Austrália já tem a mais alta classificação de sanidade animal do mundo. Hewitt disse que os governos dos EUA, Canadá e Japão estão discutindo “padrões para tolerância com relação à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB)” que serão inferiores aos padrões da Organização Internacional de Epizootias (OIE).
A primeira medida é a abertura da fronteira dos EUA para bovinos vivos e carne bovina do Canadá, apesar da descoberta de dois novos casos de EEB neste país. Hewitt disse que a ABA apóia totalmente a medida judicial tomada pela organização Ranchers-Cattlemen Action Legal Fund – R-CALF (Associação de produtores norte-americanos que tradicionalmente tem posições radicais) contra o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) pedindo que não seja reaberta a fronteira a bovinos vivos.
“Essa abertura levaria à redução dos preços nos EUA e os preços australianos seguiriam esta tendência imediatamente. Os EUA não estão planejando um programa de identificação obrigatório e consideram a tecnologia de identificação por rádio freqüência usada pelos produtores australianos como obsoleta. Isso deixa nossos produtores de carne bovina presos a um programa bastante caro usando tecnologia ultrapassada, quando nenhum de nossos consumidores estão pedindo por isso” afirma Hewitt.
Fonte: MeatNews.com, adaptado por Equipe BeefPoint
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Referi-me dias atrás ao sofisma da exigência dos brincos e botões por parte dos consumidores. Vale a respeito repetir em resumo o que afirma a presidente da Australian Beef Assoc.-ABA, Linda Hewitt:
“As declarações de que os países [importadores] estão demandando cada vez mais um sistema completo de rastreabilidade é falsa”.
“A ABA sempre soube e agora está alertando a todos que não existem demandas dos clientes por qualquer sistema adicional de rastreabilidade”.
“Se eles [os clientes]não querem nem saber de qual país a carne bovina é, como podem pedir por detalhes sobre o animal de origem?”.
“Os EUA não estão planejando um programa de identificação obrigatório e consideram a tecnologia de identificação por rádio freqüência usada pelos produtores australianos como obsoleta. Isso deixa nossos produtores de carne bovina presos a um programa bastante caro, usando tecnologia ultrapassada, quando nenhum de nossos consumidores estão pedindo por isso” afirma Hewitt.
Fonte: MeatNews.com, 11/02/2005 (site BeefPoint)