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Denúncia de cartel: FNPC e FAEG querem reunir 2.000 pecuaristas em Goiânia dia 18/02

A Faeg e o Fórum Nacional de Gado de Corte da CNA irão realizar uma reunião no dia 18/02, sexta-feira da semana que vem, na sede da Faeg, em Goiânia/GO. O objetivo é reunir mais de 2.000 pecuaristas de todo o Brasil para discutir novas alternativas para a comercialização de bovinos para abate no Brasil. A reunião tem início programado para as 9 horas da manhã.

Segundo Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da CNA (Confederação Nacional de Agricultura) a agenda da reunião inclui:
– Relato do histórico da denúncia de cartel feita pela CNA
– Apresentação dos documentos referentes à denúncia, em poder do FNPC
– Histórico da comercialização de gado de corte no Brasil, a ser apresentado pelo Cepea/Usp

A reunião contará ainda com a presença de Ruy Coutinho, ex-presidente do Cade, vai dar sua opinião sobre o caso e de vários deputados.

O FNPC planeja apresentar uma lista de ações emergenciais para melhorar a comercialização de gado para abate, além de estudar outras ações de prazo mais longo. “O pecuarista precisa participar dessa reunião para dar força às decisões tomadas” afirma Antenor Nogueira.

Nogueira informou a pouco ao BeefPoint que estão sendo estudadas novas formas de trabalho como: criação de “banco de bois” junto às federações de agricultura, para regular oferta de bovinos, criação de cooperativas de abate, com possível construção ou arrendamento/compra de plantas frigoríficas, além da criação de estrutura para distribuição de carne em São Paulo e um escritório para exportação de carne.

De acordo com Nogueira, a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), cujos associados atuam principalmente no mercado interno, também está apoiando a reunião.

“O pecuarista que for inteligente, não abaterá nenhum animal antes do dia 18, quando acontecerá a reunião e muita coisa poderá mudar” finaliza Antenor Nogueira.

Fonte: Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Jorge Humberto Toldo disse:

    Prezados Senhores,

    Sou nascido e criado na fazenda, meu pai ainda é pecuarista em MS, atualmente sou comprador de gado para abate. Portanto conheço os dois lados da moeda.

    Acho que a saída, não só para a pecuária mas para o Brasil, é exatamente a boca no trombone, o protesto seguido de medidas até drásticas em defesa dos agropecuaristas brasileiros.

    Mas, antes de jogar as pedras, é preciso saber onde e em quem jogar. Os brasileiros tem o péssimo hábito de combater efeitos e nunca as causas dos problemas.

    Então, vamos analizar o que se está propondo. Bom, vivo o dia a dia dos frigoríficos e vejo diariamente a “briga” dos pecuaristas com os frigoríficos pela classificação de suas vacas magras, menos de 10@ e bois da mesma forma. Ora, toda “briga” é saudável, mas brigar pelo que é bom não pelo que não atende as necessidades comercias. De modo geral já não se consegue mais vacas gordas com 12@, bois gordos com 16@ acabados, o que se vê é a pura degradação da pecuária nacional abatendo matrizes prenhes, gado “escorrido” e sem acabamento, gado leve, e por aí a fora. Ou seja, totalmente fora do padrão de mercado. Agora pergunto: com animais desse tipo como vamos competir num mercado extremamente com petitivo e globalizado? Não devemos esquecer que a concorrência TEM volume e, mais ainda, qualidade.

    Acho sim que é hora, ou já passou da hora de dar o grito, agora brigar com frigoríficos pela péssima qualidade de seu produto, me desculpem os produtores, mas é ridículo. É assumir a falência e incompetência do setor. Sim, porque quem tem animais com o mínimo de condições de abate não entra nessa classificação.

    Montar cadeia da carne? Isso aprovo de carteirinha, pois ainda em 1999 já havia várias páginas da Revista Pecuária de Corte publicada com projetos meus e de meus colegas da época sobre cadeia da carne e verticalização da produção. Trabalhão imenso, despesas absurdas e nada conseguimos até hoje! Aproveito para agradecer a Jornalista Iracema Foz pelo apoio, outra apaixanada pela idéia. Agora pergunto: dizem as entidades de classe que estão fazendo a frente desse movimento que se estuda até a compra ou arrendamento de friforíficos por parte dos produtores, eles vão comprar gado fora do padrão comercial a preços normais?? É muito fácil falar vamos ver fazer…

    Agora digo! Passou da hora de se criar cortina de fumaça que nunca vira em nada, é preciso ser objetivo e acima de tudo correto nas ações. Precisamos sim, salvar imediatamente a pecuária da calamidade que está, mas não com demagogias de quem cobra fortunas anuais dos produtores e nada faz em seu benefício. Precisamos melhorar urgentemente o padrão geral de nosso rebanho com atitudes diretas tais como: linhas de crédito a juros compatíveis para investimentos em infra estrutura; subsídios SIM para produtos de suplementação bovina principalmente para época seca; subsídios SIM para melhoramento genético, só para começar…

    É muito fácil fazer demagogia e jogar a batata quente da despadronização bovina nas mas dos frigoríficos…

    Vejam, não estou defendendo os frigoríficos, estou expondo os fatos, ou os senhores acham vamos ganhar a “briga” comercial, nacional e internacional, com abate de vacas e bois sem qualidade? Sim porque quem tem qualidade não terá seus animais classificados no frigorífico!

    Pensem nisso.