O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elaborou um relatório com projeções para o setor agrícola até o ano de 2014. Essas projeções são baseadas em suposições específicas referentes a condições macroeconômicas, política, clima e desenvolvimentos internacionais.
As projeções apresentadas são um cenário representativo do setor agrícola na próxima década. As projeções foram elaboradas de outubro a dezembro de 2004.
Setor de produção animal
As projeções para o setor de produção animal para o período analisado refletem a forte demanda doméstica por carnes vermelhas. As exportações de carne bovina deverão aumentar com relação aos baixos níveis de 2004, que refletiram as preocupações referentes à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), ou doença da ‘vaca louca’. As projeções assumem uma reconstrução gradual das exportações de carne bovina dos EUA ao Japão, refletindo o acordo fechado entre os dois países em outubro de 2004 que permitirá a retomada do comércio de carne bovina entre as duas nações (ver quadro abaixo). Apesar das exportações totais de carnes poderem se beneficiar com o forte crescimento econômico, as exportações de carne bovina dos EUA não deverão retornar aos níveis alcançados antes da descoberta de EEB no país em dezembro de 2003.
Retornos moderados na produção de carnes vermelhas levarão a somente ganhos pequenos na produção de carne bovina e suína na segunda metade das projeções. Os grandes ganhos na produção de carne de aves farão com que esta carne represente a maior proporção do total de consumo de carnes dos EUA, enquanto haverá declínio no consumo per capita de carne bovina e o consumo per capita de carne suína se manterá estável.
Devido às incertezas referentes ao período de duração das barreiras no comércio de ruminantes e produtos derivados após a descoberta de casos de EEB nos EUA e no Canadá, as projeções para carnes são baseadas em uma série de suposições chave relacionadas ao assunto.
Exportações de carne bovina do Canadá
As exportações canadenses de carne bovina têm se recuperado dos baixos níveis atingidos em 2003 após a descoberta de um caso de EEB no país em maio desse ano, mas não se recuperou totalmente aos níveis de 2002.
Exportações de carne bovina dos EUA
O relatório assumiu a retomada das exportações de carne bovina dos EUA ao Japão no início de 2006, facilitada pelo acordo fechado entre os dois países em outubro de 2004. As importações de carne bovina dos EUA pelo Japão deverão crescer lentamente, à medida que a indústria norte-americana adote os requerimentos determinados no acordo.
O relatório também assume uma recuperação gradual das exportações de carne bovina dos EUA à Coréia do Sul.
Exportações canadenses de bovinos aos EUA
O relatório supôs que a retomada das importações pelos EUA de bovinos canadenses com menos de 30 meses de idade seria feita no começo de 2006. Entretanto, depois que as projeções já tinham sido preparadas, foi publicada a lei de risco mínimo que especifica as regulamentações do USDA sobre importações de carnes e ruminantes de regiões com efetivas medidas de prevenção e detecção de EEB. A lei se tornará efetiva em sete de março de 2005 e o Canadá será o primeiro país a ser reconhecido como região de risco mínimo.
Quando a lei de risco mínimo se tornar efetiva, as importações de novilhos e novilhas de menos de 30 meses de idade do Canadá para abate imediato e importações de bovinos de engorda que entrarão nos estabelecimentos de engorda dos EUA deverão levar a maiores níveis de abate de bovinos e produção de carne bovina nos EUA em 2005 e 2006, com alguma redução nos preços dos bovinos e da carne bovina. Os maiores fornecimentos de carne bovina também deverão pressionar os preços de outros animais e outras carnes.
A tendência em direção a maiores sistemas de produção continuará durante o período analisado. Os ganhos em eficiência permitem que a produção se expanda, enquanto os preços reais geralmente declinam.
A forte demanda por carne bovina consistente e de alta qualidade continua no mercado doméstico de hotéis e restaurantes e está aumentando cada vez mais no mercado de varejo. Além disso, a reconstrução dos mercados de exportação de carne bovina é primariamente para cortes de alta qualidade. Crescentes movimentos em direção à identificação animal e transparência no comércio internacional fortalecerão as garantias de qualidade.
As exportações norte-americanas de carne bovina refletem primariamente a demanda por carne bovina de alta qualidade, com a maioria das exportações sendo destinada a mercados das nações do Pacífico. Com a perda desses mercados após o caso de EEB nos EUA, no final de dezembro de 2003, as exportações de carne bovina dos EUA foram bastante menores em 2004. Entretanto, as exportações de carne bovina dos EUA deverão aumentar lentamente no período, à medida que o acordo entre Japão e EUA assinado em outubro de 2004 facilite a retomada do comércio de carne bovina entre os dois países. Também deverá ocorrer uma recuperação nas exportações de carne bovina dos EUA à Coréia do Sul.
As importações norte-americanas de carne bovina processada da Austrália e da Nova Zelândia deverão declinar no período à medida que mais carne bovina processada de menor qualidade esteja disponível de fontes domésticas com a reconstrução do rebanho bovino. Os EUA serão um importador líquido de carne bovina em termos de volume durante o período projetado, à medida que a recuperação das exportações de carne bovina de alta qualidade não atingirá os níveis anteriores.
Consumo per capita de carnes, peso no varejo (em quilos)