MS: especialistas discutem pecuária orgânica

Oportunidade de alargar mercado aliada à conservação ambiental e preocupação social. Estas são as vantagens de substituir a pecuária convencional pela orgânica, conforme discutido em palestras organizadas ontem pela Acrissul, no Parque de Exposições Laucídio Coelho.

O assunto foi palestrado pelos médicos veterinários Luiz Henrique Witzler e Ivens Domingos e pelo economista Homero Figliolini. Witzler é diretor da IBD (Instituto de Biodinâmica), uma ONG de Botucatu (SP), que trabalha com certificação de agricultura e pecuária orgânicas. Figliolini é presidente da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica e produtor rural orgânico. Domingos é técnico da WWF Brasil, uma ONG com preocupação em desenvolvimento sustentável.

Ivens Domingos afirma que, na pecuária orgânica não há uso de defensivos químicos e a dieta do gado se baseia exclusivamente no pasto, além de todos os medicamentos serem naturais, com preocupação maior com a saúde preventiva.

Além do aspecto sanitário, há preocupação com a questão social. Conforme Ivens, o produtor rural orgânico deve se preocupar com “a dignidade de seus empregados”. “A moradia deve ser adequada, eles precisam estudar”, exemplifica o veterinário. Estas condições atendem a exigências da legislação nacional e de acordos internacionais. Uma vez por ano, as propriedades são visitadas e inspecionadas por certificadoras, como a IBD.

De acordo com o consultor Sérgio Pimenta, a obrigatoriedade quanto à educação do peão é um pré-requisito para adoção da pecuária orgânica. “Os trabalhadores precisam ter certa instrução para manusear o material usado neste tipo de pecuária”, afirma.

A pecuária orgânica também proporciona vantagens econômicas, segundo o consultor Pimenta. Ele afirma que a indústria frigorífica paga em média 7% a mais pela arroba do gado orgânico se comparado ao preço da arroba do convencional. Além disso, a carne de gado orgânico tem grande aceitação por pessoas com melhores condições financeiras. “Metade dos produtos orgânicos é consumida por famílias com renda superior a 12 salários mínimos e 70% dos consumidores têm curso superior”, detalha.

Fonte: Expogrande, adaptado por Equipe BeefPoint