O Rio Grande do Sul espera receber em outubro o reconhecimento da Organização Internacional de Epizootias (OIE) de que está livre da febre aftosa. O diretor do Departamento de Produção Animal (DPA) da Secretaria de Estado da Agricultura (SAA), Walter Verbist, disse que antes da Expointer, feira realizada entre 24 de agosto e 1o de setembro, será concluído o inquérito epidemiológico do rebanho gaúcho, que terá 130 mil amostras coletadas. Esta é a maior pesquisa feita em uma mesma região, segundo ele.
Até agora foram obtidos os resultados de 126 mil amostras. Em menos de 6% dos casos os testes apresentaram alguma reação positiva. Quando isso ocorre, é feita avaliação da propriedade em que foram coletadas as amostras. Em todos os casos, os técnicos concluíram que o exame detectou reação à vacina contra aftosa, que voltou a ser aplicada no rebanho no ano passado.
Nos 50 mil ovinos pesquisados o resultado foi negativo, ressaltou Verbist, dado significativo, pois os animais não são vacinados. O inquérito deve reforçar os argumentos do Brasil no relatório que deve ser enviado à OIE em outubro para pedir a mudança de condição sanitária do Rio Grande do Sul, explicou.
Amanhã o Estado completa um ano sem registros de febre aftosa. A doença foi detectada em maio de 2001 em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, e atingiu 30 focos em seis cidades. No processo de eliminação da doença, foram abatidos 16 mil animais. O último animal doente foi sacrificado no dia 18 de julho de 2001. Apesar da ausência de casos, o Estado ainda é considerado área infectada pela OIE. Por causa desta condição, o Rio Grande do Sul deve realizar novamente a Expointer com regras especiais para a venda de animais que deixarão seu território.
“Infelizmente estamos na condição de Estado infectado e o circuito Centro-Oeste é livre de aftosa com vacinação”, descreveu o chefe da divisão de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Antônio Ângelo Amaral. O Centro-Oeste é tradicional comprador da genética gaúcha. Para deixar o Estado, os bovinos negociados na Expointer terão de passar por quarentena de 30 dias nas propriedades de origem, com teste sorológico, além de isolamento de 14 dias na fazenda de destino, com mais um teste. As normas foram definidas na segunda-feira (15), durante reunião de pecuaristas com representantes da secretaria e do ministério. A venda para fora do Rio Grande do Sul representou cerca de 30% do faturamento nos leilões de animais na Expointer 2001, que alcançou R$ 2,5 milhões.
Britânicos podem vacinar gado
Segundo um estudo científico, a vacinação deverá fazer parte de uma estratégia para o controle de futuros surtos de febre aftosa no Reino Unido. O Departamento de Assuntos do Meio Ambiente, Alimentares e Rurais e a Agência de Ciência e Tecnologia do governo britânico, solicitaram à Royal Society que investigue como prevenir e combater os surtos de doenças altamente infecciosas no gado.
Fonte: Diário Popular/RS e Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint