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Argentina pode ter aumento das tarifas de exportação

Enquanto a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA) da Argentina analisa novas medidas para que seja cumprido o acordo de redução dos preços das carnes no varejo, celebrado pelos frigoríficos no país, altas fontes do Governo advertiram na Alemanha (país em que o presidente da República do país, Néstor Kirchner está fazendo uma visita oficial) que poderá ocorrer um aumento de 5% a 10% nos chamados direitos de exportação destes produtos.

O aumento dos preços dos principais cortes de carne bovina foi um dos desencadeadores da inflação, que alcançou 4% nos primeiros três meses do ano. No encontro do presidente, foi dito que será outorgado um “prazo de 30 dias” ao setor para que não sejam mais aplicados aumentos nos valores da carne e que, ao contrário, esses preços tendam a baixar.

Representantes da Secretaria da Agricultura a Argentina disseram que as expectativas são de que as reduções nos preços devam ocorrer muito antes do que 30 dias através de um maior controle do cumprimento do acordo pelo qual os frigoríficos se comprometeram a baixar em 2% o preço da carne entregue aos açougues.

A fragmentação da indústria de carnes na Argentina – existem mais de 460 plantas somente em Buenos Aires – e a complexidade da intermediação comercial, que compreende desde operadores que alugam as instalações dos frigoríficos até os matadouros marginais, complicam as tarefas de fiscalização, segundo funcionários do Escritório de Controle Comercial Agropecuário (Oncca). “Alguns estão cumprindo e outros não; é impossível fiscalizar centenas de plantas, milhares de usuários e açougues”, disse uma fonte da entidade que classificou o acordo para reduzir o preço da carne de “difícil aplicação”. Além disso, o convênio atinge somente os açougues da Capital Federal.

Neste cenário, o secretário da Agricultura da Argentina, Miguel Campos, convocou uma nova reunião com as câmaras empresariais do setor frigoríficos. “A carne não baixou de maneira prevista porque nem todos os frigoríficos estão cumprindo com o acordo inicial”, reconheceram membros da SAGPyA, de forma que é provável que os empresários recebam um ultimato com relação a um eventual aumento nos impostos de exportação.

Como primeiro passo, na próxima semana, o Oncca determinará a restrição do número de operadores do Mercado de Liniers SA, o mercado concentrador de gados mais importante do país, com o objetivo de obter um controle melhor no abastecimento de carnes. O Mercado de Liniers concentra somente 20% da produção do país, mas é formador de preços. De qualquer forma, não participam desse mercado os frigoríficos exportadores devido a uma disposição sanitária do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) para cumprir com as exigências da União Européia (UE).

“Qualquer medida tomada de restrição da demanda será contraproducente, porque poderá implicar em um efeito contrário ao esperado e provocar um aumento de preços”, disse o presidente do mercado, Roberto Arancedo, com relação às restrições.

O preço dos bovinos registrou uma baixa de 10,6% em comparação com o pico de oito de março, mas mostrou um aumento acumulado de 6,5% entre fevereiro e março, apesar da maior entrada de cabeças de gado.

Fonte: La Nación (por Franco Varise), adaptado por Equipe BeefPoint

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