A 38a Exposição Internacional Agropecuária e Industrial de Cuiabá (Expoagro) motivou o deslocamento a Mato Grosso de cerca de 30 empresários do Chile, Argentina Peru e Bolívia com intenção de amarrar negócios. A integração só não foi duas vezes maior, reclama um empresário, por conta do custo do transporte ao Brasil. Uma passagem aérea ida e volta de Buenos Aires a Cuiabá, com conexão em São Paulo (não há vôo direto para o MT) custou aos participantes R$ 2,8 mil (US$ 965), valor superior a uma viagem de ida e volta a Nova York, cujo custo está próximo de US$ 500.
As empresas que vieram tentaram aproveitar bem a estada. Este foi o caso da argentina Yeruvá S.A, especializada em produção de proteína, hemoglobina e plasma com sangue de bovinos e suínos, que iniciou uma pesquisa de mercado em Mato Grosso, onde pretende instalar uma filial. A viabilidade do negócio depende da quantidade e da qualidade da oferta de matéria-prima. “Precisamos de fornecimento de pelo menos 200 mil litros diários de sangue”, diz o presidente da empresa, Juan Miguel Requena.
Capacidade instalada
Com sede em Córdoba, a Yeruvá possui uma capacidade instalada para processar um milhão de litros mensais, potência que está sendo duplicada, informa Requena. Cerca de 50% da produção se destina à exportação. Ao Brasil a empresa vende, mensalmente, 20 toneladas de plasma e 40 de hemoglobina, o que resulta em aproximadamente US$ 60 mil mensais. O material é vendido em sacos de 20 e 40 quilos, cada quilo custa US$ 2,40.
“O produto é utilizado na confecção de embutidos cozidos para alimentação humana, ração para animais domésticos e medicamentos”, explica o empresário. A Yeruvá fará um levantamento da oferta de sangue no estado com visita a frigoríficos. Sabe-se que o material é dispensado, sub-aproveitado ou mal utilizado, como ocorre nos dois frigoríficos do grupo Frialto, localizados em Sinop e Matupá, distantes 481 e 612 quilômetros de Cuiabá.
Segundo o diretor do grupo, Paulo Bellincanta, o sangue é utilizado para produzir farinha utilizada na ração animal. Contudo, o custo de produção é inferior ao preço de venda, o que está inviabilizando esse tipo de aproveitamento. O sangue é cozido em um digestor. Cada boi produz sangue para fabricar de 1,5 a 2 quilos de farinha. O sebo e o osso do animal também são utilizados para esse fim, por meio de trituração e queima. Sebo e osso de um boi rendem, aproximadamente, um quilo de farinha.
Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint