Atenção ao custo: O Imea divulgou na última semana o custo de produção da bovinocultura de corte do 4° trimestre de 2017, o qual exibe os dados dos três sistemas de produção do Estado. Ao analisar-se o custo de produção no sistema de cria vê-se uma elevação de 1,03% no custo operacional das propriedades modais em Mato Grosso, partindo de um gasto de R$ 110,08/@ no 3o trim./17 para R$ 111,22/@ no 4o trim./17. Este aumento foi puxado sobretudo pelos gastos com custeio do sistema, com destaque para a suplementação (sal mineral) e aquisição de animais (tourinho e vaca solteira), que subiram 3,19% e 11,52%, respectivamente, no período analisado. Dito isto, ainda que a variação no custo operacional tenha sido leve, o criador deve permanecer atento com os seus gastos, para estar sempre preparado para possíveis solavancos que possam vir a acontecer.
– A cotação do boi gordo registrou redução de 0,36% e o preço médio semanal fixou-se em R$ 131,24/@. Já a vaca gorda fechou próximo à estabilidade, com cotação média de R$ 123,11/@.
– Ainda com boa procura, o bezerro de 12 meses apresentou leve alta no seu preço e a cotação semanal ficou em R$ 1.189,53/cab, variando positivamente 0,46%.
– O equivalente físico desvalorizou 2,34% na semana, influenciado pela baixa no preço dos cortes com osso do atacado, especialmente o traseiro com osso, corte que detém grande representatividade no peso do animal. A cotação deste fechou em R$ 124,07/@.
– Houve queda semanal de 0,27 p.p. no diferencial de base MT–SP, saindo de -11,71% na última semana para -11,98% na semana atual.
MELHOROU: Assim como na cria, o sistema de recria/engorda registrou alta do custo operacional na comparação entre o 4o trim./17 e o 3o trim./17. O aumento registrado foi de 1,32%, com o pecuarista que realiza a fase de terminação em sua propriedade gastando em torno de R$ 121,08 para produzir uma arroba de boi gordo. Esse maior dispêndio do recriador/“engordador” foi puxado principalmente pela valorização no preço do bezerro desmama, que subiu 2,99% no período analisado. Apesar de ter gastado mais para produzir seu animal, esse pecuarista observou no 4o trim./17 um alívio em suas contas, visto que o preço de venda do boi gordo valorizou 6,06% no período, melhorando assim suas margens de comercialização. Dito isto, o recriador/”engordador” termina o ano de 2017 extraindo conhecimentos dos impactos de uma grande crise externa em seu fluxo de caixa, e já pode iniciar a busca por maneiras de mitigar a exposição a esses riscos.
Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.
Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).