O Ministério da Agricultura publica no Diário Oficial da União na próxima semana portaria contendo as novas regras para a rastreabilidade do gado bovino, que irá substituir o atual Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Márcio Porto Carrero, secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, afirma que os últimos detalhes sobre o sistema foram definidos em reunião em Brasília na quarta-feira, com participação do setor privado.
A nova legislação deve sair em seis meses. Uma missão do Brasil vai a Bruxelas em junho para discutir a proposta com a União Européia. O projeto prevê a descentralização do banco de dados dos animais, com o gerenciamento transferido do governo federal para os estados.
A proposta mantém a opção de adesão pelos criadores e a exigência de certificação para exportação, mas quem optar terá de rastrear 100% dos animais da propriedade, o que hoje não é obrigatório. O sistema de identificação também mudaria, com opções de códigos que ofereçam garantias equivalentes, e o monitoramento do sistema produtivo passaria a ser feito com participação do Inmetro.
A idéia foi apresentada ontem na reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina, na Federação da Agricultura do RS (Farsul), em Porto Alegre. O diretor da Farsul, Fernando Adauto, frisou que nada muda por enquanto e continuam valendo as regras atuais do Sisbov.
Segundo o chefe do Serviço de Sanidade Animal do Mapa no RS, Bernardo Todeschini, foram criados três grupos de trabalho para discutir a viabilidade da proposta. A maior polêmica refere-se ao sistema de identificação que poderia ser feita de cinco maneiras. Entre as principais estão a individual, com código do Sisbov como é hoje, ou em lotes, marcados a fogo.
O presidente da Acerta, entidade que representa as certificadoras, Luciano Antunes, considera essa alteração um retrocesso. “Enquanto países estão evoluindo do brinco para o controle eletrônico, nós voltamos para marca a fogo, de 1911”, criticou.
Fonte: Correio do Povo/RS e Valor Econômico, adaptado por Equipe BeefPoint
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Eu concordo com Luciano Antunes.
Este sim tem visão de futuro para a pecuária brasileira, já por outro lado o governo quer voltar no progresso de Rastreabilidade.
Um dos grandes entraves à implantação do Sisbov foi considerar a identificação individual com brincos como condição única para inserir um animal neste programa, desprezando os controles internos das fazendas, mesmo os mais modernos, que via de regra utilizam a marca a fogo no manejo.
A possibilidade de utilização da marca a fogo para a identificação individual do animal a ser rastreado, é uma vitória do setor produtivo.
Está de parabéns o excelente Ministro Roberto Rodrigues, que em sua gestão tem procurado continuamente inserir o Brasil em uma economia mundial altamente competitiva, globalizada e, principalmente, desburocratizada.
Estamos voltando ao passado. Não somos dignos de sermos o maior exportador do mundo.
Se quizermos um mercado como o europeu, temos que fazer o que o mercado exige.
Vamos perder a Europa e aí sim a crise interna da carne acontecerá.
Quem vai comer o que hoje se exporta? Vamos aproveitar só o couro, como em 1800!