A 84ª Expozebu, principal feira pecuária do país, terminou neste domingo (6) com recordes de negociações e público e com a assinatura de protocolos sanitários que deverão abrir novas fronteiras para a exportação de zebuínos. Metade de um animal foi vendida por mais de R$ 1 milhão em um dos leilões.
Desde a abertura, no último dia 28, foram assinados numa inédita rodada de negociações oito protocolos sanitários entre o Brasil e outros países para os quais poderão ser firmadas negociações – quatro com o Quênia, dois com o Equador e outros dois com a Guatemala. Também houve negociações avançadas com países como Colômbia, Nicarágua, Malásia e Tailândia.
Gado em pavilhão da Expozebu em Uberaba (MG) – Joel Silva-27.abr.2018/Folhapress
“Isso representa a expansão da nossa pecuária, com protocolos de sanidade. Vamos abrir mais fronteiras de exportação de produtos zebuínos”, afirmou Rivaldo Machado Borges Junior, diretor-administrativo da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), que organiza a Expozebu. Os protocolos envolvem os ministérios da Agricultura de cada país.
Os tradicionais leilões da Expozebu bateram recorde neste ano. Já foram negociados R$ 33 milhões e, apesar de a feira ter sido encerrada domingo, haverá leilões até quinta-feira, que devem movimentar mais de R$ 35 milhões, segundo Borges Junior.
Serão, no total, 28 eventos de venda, sendo 24 leilões e 4 shoppings de animais, três a mais do que em 2017. Nos shoppings, a negociação é feita diretamente entre o interessado e o vendedor, diferentemente dos leilões, em que vence o maior lance oferecido.
Os leilões, somados aos shoppings e às demais negociações na feira, deverão movimentar R$ 170 milhões, R$ 20 milhões a mais que no ano passado –os dados finais ainda não foram divulgados.
Até aqui, o animal mais valorizado da Expozebu foi o Landau da Di Gênio, que teve 50% dos seus direitos comercializado por R$ 1,26 milhão no leilão Elo de Raça, realizado na Chácara Mata Velha, em Uberaba (MG), no Triângulo Mineiro.
Durante a sua 84ª edição, a Expozebu atraiu 241.971 visitantes, 22 mil a mais que em 2017, que visitaram os julgamentos de 1.850 cabeças de gado e os cerca de 600 equinos das raças crioulo, mangalarga, quarto de milha e friesian que participaram da feira.
Os equinos apareceram na feira na edição do ano passado e, com o bom desempenho, o total de animais dobrou para 2018.
“Foi uma boa novidade, percebemos o entusiasmo de quem participou”, disse o diretor.
A ampliação do total de equinos é uma tentativa da ABCZ de ampliar as atividades, assim como a realização da primeira feira de gastronomia e alimentos de Minas Gerais, com 60 pequenos produtores de queijo, café e cachaças.
Fonte: Folha de São Paulo.