O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou, na sexta-feira, que a indústria de carnes do país, ainda sob efeitos dos problemas pós-União Soviética, tem que se tornar auto-suficiente para se proteger da elevação dos preços globais. Os altos preços da carne na Rússia, com ganho de 27,7% em maio ante o mesmo mês do ano passado, estão começando a afetar a economia do país. Autoridades apontaram o alto valor da carne como fator que impediu o país de atingir a meta de inflação de 10% em 2004.
“No ano passado os preços da carne subiram até 40%”, disse Putin, de acordo com a agência de notícias Interfax, durante viagem à região russa de Buddhist.
“Precisamos de mais auto-suficiência, independência do mercado global. Mas temos de mover naquela direção muito cuidadosamente porque, caso contrário, poderá provocar mais aumento nos preços da carne”, acrescentou.
Apesar da forte demanda, a produção continua depreciada e produtores ainda são incapazes de enfrentar a concorrência internacional, o que força o país a importar mais. A Rússia foi o maior país consumidor de carne in natura brasileira em maio, comprando 52,3 mil toneladas e gerando ao Brasil receita cambial de US$ 64,8 milhões. De janeiro a maio de 2005, os russos adquiriram 107,5 mil toneladas de carne in natura, o que rendeu US$ 127,5 milhões.
Crise
O consumo de carne na Rússia quase reduziu pela metade após o colapso soviético, já que a renda diminuiu nos anos de caos e instabilidade na economia. Mas ela aumentou, já que supermercados e redes de comida rápida cresceram rapidamente no país.
Porém a situação ainda continua preocupante, com o número de bovinos caindo para 23 milhões no ano passado ante 25 milhões em 2003 e a população de suínos sendo reduzida para 14 milhões ante 16 milhões.
Fonte: Clic RBS/Agrol, adaptado por Equipe BeefPoint