Pasto verde mesmo na época da estiagem é realidade nas fazendas que adotam o sistema silvipastoril. Isso porque a árvore, entre outros benefícios, mantém a umidade do solo e promove um microclima favorável ao desenvolvimento da forragem.
É o que mostra um trabalho da Embrapa que avalia e compara o microclima em pastagens dentro de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) às que estão a pleno sol. Os resultados preliminares revelam que existe uma diferença de dois graus de temperatura entre elas.
Os resultados foram apresentados na Agropec 2018, que acontece de 11 a 19/08, em Paragominas (Pará). Além de participar do workshop da Embrapa, o público poderá conhecer in loco os sistemas ILPF em duas fazendas da região.
O trabalho de avaliação climatotólogica em sistemas ILPF iniciou em agosto de 2017 com a instalação de duas estações meteorológicas em uma fazenda com gado leiteiro no município de Paragominas, região Nordeste do Pará. As estações estão localizadas em duas áreas de pastagem: uma dentro de um sistema IPF (integração pecuária-floresta) e outra em uma pastagem a pleno solo, chamada de pastagem solteira.
De acordo com Alailson Santiago, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, os equipamentos coletam, diariamente, temperatura e umidade do ar, radiação solar, velocidade e direção do vento e precipitação (chuvas).
Após um ano de coleta de dados, os pesquisadores identificaram que a temperatura no pasto dentro do sistema é, em média, dois graus menor que a temperatura no pasto a céu aberto. “O valor pode parecer pequeno, mas faz uma grande diferença no conforto animal e no microclima dentro da pastagem”, ressalta o pesquisador. Ele explica ainda que esse valor é preliminar, pois é preciso avaliar as temperaturas por um período maior de tempo, onde a sazonalidade e os fenômenos de grande escala têm forte influência.
Além da diferença de temperatura, os dados mostram que há uma redução da velocidade do vento, na manutenção da umidade do solo e do ar e na redução da radiação solar sobre a pastagem. “Essa condição criada pela presença da árvore no sistema promove o bem-estar animal e mantém esse pasto, que está sob o sombreamento da árvore, verde por mais tempo, principalmente na época de estresse hídrico, aumentando assim a disponibilidade de alimento para o gado”, explica Gladys Martinez, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental.rebrota, na produtividade e aumenta a disponibilidade de alimento para o gado. O que queremos no final é produzir mais na mesma área com sustentabilidade para a atividade e para o meio ambiente”, finaliza.
Fonte: Embrapa.