O presidente do conselho de administração e diretor de relações com investidores da JBS, Jerry O’Callaghan, afirmou hoje que a empresa fechou memorandos de entendimentos que têm potencial para render US$ 3,4 bilhões em exportações de carnes para a China.
Os acordos foram firmados na semana passada, durante a feira China International Import Expo (CIIE), disse Jerry durante teleconferência com analistas. O principal acordo, com o braço de alimentos frescos do Alibaba, já havia sido anunciado pela JBS.
Além do acordo com o Alibaba, de US$ 1,5 bilhão, a JBS também assinou memorandos de entendimentos com varejistas como as chinesas Unifood e Grand Farm, entre outras.
Segundo Jerry, os acordos firmados com o chineses dizem respeito tanto a produtos feitos no Brasil quanto na Austrália. Atualmente, a Grande China (inclui Hong Kong) é o principal destino das exportações globais da JBS. No terceiro trimestre, o país representou 22,4% das exportações. A empresa não detalha o valor das exportações.
IPO nos EUA
A listagem da JBS Foods Internacional na bolsa de Nova York segue como uma prioridade para a JBS, afirmou hoje o presidente do conselho de administração da companhia, Jerry O’Callaghan, em teleconferência com analistas.
“A companhia, há vários anos, busca ter uma listagem mais adequada à realidade das das atividadesç. Temos algo próximo de 60% oriundo das atividades que a gente tem na América do Norte”, argumentou Jerry.
O executivo ponderou que o IPO da subsidiária, que responde por mais de 80% das vendas da JBS, depende das condições de mercado, em um indicativo de que a tão aguardada listagem da empresa na bolsa americana não deverá ocorrer no primeiro semestre de 2019.
O executivo não fez alusão ao atual momento, mas o cenário é bastante negativo para as empresas de carnes com ações listadas nas bolsas americanas.
No acumulado deste ano, as ações da Tyson Foods, por exemplo, recuaram 28,2% na bolsa de Nova York. Os papéis da Pilgrim’s, controlada pela JBS, caíram 38% na Nasdaq.
As empresas de carnes têm sido afetadas pelo cenário de produção recorde de carne nos Estados Unidos, que reduziu os preços no país.
Com pagamento de dívida, JBS economiza US$ 300 milhões por ano
O executivo-chefe de operações da JBS, Gilberto Tomazoni, disse hoje que a gestão de dívidas da empresa permitirá uma economia de cerca de US$ 300 milhões (o equivalente a R$ 1,1 bilhão) em juros anuais.
Desde junho de 2017, um mês depois da delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista, a JBS pagou US$ 4,3 bilhões em dívidas, disse Tomazoni, em teleconferência.
Após a delação, evento que colocou a liquidez da JBS em dúvida, a empresa deflagrou um movimento de venda de ativos e renegociação das dívidas. Assim, a dívida bruta diminuiu de US$ 18,8 bilhões, no fim do terceiro trimestre do ano passado, para US$ 15,4 bilhões no fim de setembro deste ano. No atual trimestre, essa dívida caiu ainda mais, indicou Tomazoni. Em outubro, a JBS recomprou US$ 1 bilhão em títulos no exterior.
Nesse cenário, o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) caiu de 3,42 vezes para 3,38 vezes desde o terceiro trimestre do ano passado. Considerando a dívida em dólar — métrica preferida pela JBS em razão da maior concentração das vendas e do endividamento em moeda americana -, a alavancagem caiu de 3,45 vezes para 2,99 vezes.
Atualmente, 95,8% das dívidas da JBS são denominadas em dólares. O custo médio da dívida em dólar é de 5,89% ao ano. As dívidas em real, que respondem por 4,2% do total, têm um custo médio de 8,93% por ano.
Em teleconferência com analistas, o presidente do conselho de administração e diretor de relações com investidores da JBS, Jerry O’Callaghan, destacou a redução da parcela da dívida que vence no curto prazo (em um ano). Com medidas como a renegociação de dívidas com os bancos no Brasil, a dívida de curto prazo caiu de 27% do total no fim do terceiro trimestre do ano passado para apenas 5% do total no fim de setembro de 2018.
Fonte: Valor Econômico.