O setor agropecuário nacional passou a contar, a partir de ontem (14), com um Conselho Superior de Agricultura e Pecuária do Brasil, denominado Rural Brasil, com a finalidade de harmonizar posições e buscar consenso nas áreas de maior interesse do setor, como comércio internacional, legislação ambiental, trabalhista, previdenciária, tributária e fundiária, entre outras.
Sob a presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as seis entidades fundadoras do Rural Brasil: Sociedade Rural Brasileira (SRB), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), União Brasileira da Avicultura (UBA), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e Conselho Nacional do Café (CNC), vão unificar suas ações diante das questões trazidas para discussão pelas entidades setoriais que compõem o Conselho, fortalecendo a representação única em torno das posições adotadas.
Segundo o presidente da CNA, Antônio Ernesto de Salvo, “o Rural Brasil nasce para consolidar o espírito da Frente Ampla da Agropecuária, o primeiro movimento de grande êxito da história sindical brasileira, fundado em 1986, às vésperas da Constituinte”. Mais abrangente e amadurecida, esta ação unificada institucionaliza o histórico movimento da Frente Ampla, “agora com outro nome, regra e parceiros”. Para ele, “o setor primário, devido a sua enorme representação, não pode ter mais de uma voz. A proposta é unificar ações e o discurso entre os setores civil, sindical e cooperativo”.
O Rural Brasil terá sede em Brasília e será mantido pela CNA, que preside o Conselho juntamente com dois vice-presidentes, que representam as entidades civis e as entidades cooperativas. Poderá filiar-se ao Conselho qualquer entidade civil ou cooperativa privada, regularmente constituída. Sob este teto comum, o Rural Brasil será referência obrigatória no exame das principais questões do campo. No Parlamento, continuará a interagir com a Frente Parlamentar de Apoio à Agropecuária, encaminhando propostas e informando os parlamentares sobre os temas de interesse do setor. Para dar sustentação às propostas, haverá um trabalho permanente e integrado das áreas técnicas das entidades na formulação e fundamentação das ações sugeridas ao poder público, Legislativo e sociedade.
Conforme explica Salvo, só haverá uma decisão conjunta quando os setores sindical, civil e cooperativo concordarem. “E nossa primeira decisão será sobre a maneira como vamos nos posicionar diante do momento político nacional”, afirma. Para o presidente da CNA, a característica plural do Conselho impede qualquer decisão de apoio a um ou outro candidato, mas entende que as eleições são um momento propício para a consolidação desta representação única. “Existe um fantasma visível, já que 60% dos nossos associados opinaram que nenhum dos quatro candidatos à Presidência da República entende os problemas do setor. Por este motivo, escolhemos o momento eleitoral para concretizar algo que deveríamos fazer mais cedo ou mais tarde. É o fatalismo da cúpula única”, resume.
Fonte: Departamento de Comunicação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), adaptado por Equipe BeefPoint