Antes mesmo da entrada em vigor do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina (Sisbov), alguns frigoríficos já estão abatendo animais rastreados, ou seja, que têm seu histórico de vida conhecido. Apesar disso, acredita-se que podem faltar bovinos para atender o mercado da União Européia (UE).
O Brasil tem um rebanho de 800 mil bovinos rastreados pelas certificadoras para uma necessidade mensal estimada entre 550 mil e 600 mil destinada aquele mercado. A partir do próximo dia 2 de setembro, nenhum exportador poderá comercializar seus produtos com a UE se não tiver o certificado de origem do animal.
Para José Luiz Vianna, diretor do Grupo Planejar, um dos credenciados pelo governo, se houver prorrogação de novo, será o descrédito do sistema de rastreamento.
Pelo menos três das seis empresas credenciadas pelo governo afirmam que já estão ocorrendo abates de animais rastreados. Nenhuma soube precisar a quantidade de bovinos nesta situação.
Empresas credenciadas
Entre as empresas certificadoras com animais abatidos estão a Brasil Certificações Ltda., o Instituto Gênesis e o Serviço Brasileiro de Certificações Ltda. (SBC), que, juntas têm mais de 300 mil bovinos em seus sistemas.
Vantuil Carneiro Sobrinho, diretor-técnico da Brasil Certificações Ltda., diz que os animais abatidos estavam confinados e destinaram-se a grandes frigoríficos exportadores, como o Independência, o Bertin e o Minerva.
O diretor do frigorífico do Friboi, Artênio Listoni, acredita que provavelmente não existirão animais suficientes para o abate no dia 2. Hoje, cerca de 40% das exportações da empresa são destinadas ao mercado europeu.
“Mas isso não é responsabilidade dos frigoríficos, mas sim dos produtores”, afirma Listoni. Ele diz que a empresa não está pagando o custo da rastreabilidade e ele estima que os animais não rastreados terão o preço reduzido. “Se deixarmos de exportar, haverá mais oferta no mercado interno.”
Sistema de rastreabilidade segue normal
O delegado federal da Agricultura do Mato Grosso do Sul (DFA/MS), José Antônio Roldão, disse que a notícia do adiamento da rastreabilidade bovina, publicada na Gazeta Mercantil, não passa de boato. “Não é verdade. Segue tudo normal e se tivesse alguma coisa nesse sentido eu estaria sabendo. Afinal de contas, aqui está o maior rebanho do Brasil”, comentou. O Estado tem 23 milhões de cabeças.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi) e Campo Grande News (por Paulo Nonato de Souza), adaptado por Equipe BeefPoint