NCBA pede dispensa de salvaguardas ao comércio de carne bovina do Japão

Após a descoberta do primeiro caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como doença da “vaca louca”, no Japão, ocorrida em setembro de 2001, a demanda por carne bovina neste país vem apresentando queda. Como resultado disso, a Associação Nacional dos Produtores de Carne dos Estados Unidos (NCBA) mandou uma carta ao Departamento de Agricultura do país (USDA) e ao Representante Comercial dos EUA (USTR), solicitando um auxílio para a proteção das exportações de carne bovina norte-americana ao Japão.

O presidente do NCBA, Wythe Willey, na carta, solicitou às agências que coordenassem com outras agências do país, bem como com os governos de outros países que exportam carne bovina, para garantir que fosse determinada uma dispensa ao país na salvaguarda que poderá ser aplicada ao comércio japonês, que deverá aumentar as tarifas de importação naquele país.

Esta salvaguarda foi designada com o objetivo de que, se as importações aumentarem mais que 17% durante qualquer trimestre, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, a atual tarifa de importação do Japão, de 38,5%, aumentaria para 50%, para proteger a indústria doméstica.

Desde a descoberta da EEB, a NCBA disse que há uma grande possibilidade de que a salvaguarda seja determinada, embora as importações japonesas de carne bovina ainda permaneçam a níveis historicamente baixos. Caso esta medida seja determinada, a tarifa de 50% deverá permanecer em vigor até o final do ano fiscal no Japão.

A indústria de carnes dos EUA está estimulando o mercado de carne bovina do Japão a se recuperar, e as importações deste produto pelo país asiático deverão começar a aumentar substancialmente sobre os níveis historicamente baixos do ano passado. “Como nós avançamos agressivamente durante as negociações agrícolas de longo prazo, incluindo negociações de acesso a mercados, é imprescindível aumentarmos em curto prazo o mercado de exportação de carne bovina norte-americana ao Japão”, disse Willey na carta. “Nós solicitamos que seja feita uma negociação com nossos sócios japoneses para ganhar uma dispensa nas salvaguardas para carne bovina ou, no mínimo, para conseguir fazer com que seja utilizado a média das importações de vários anos ao invés dos dados do ano passado, quando o mercado de carne bovina estava prejudicado por causa da EEB, como base de comparação”.

A NCBA apóia fortemente a proposta dos EUA de acesso a mercados que está em negociação na Organização Mundial do Comércio (OMC), que poderá eventualmente eliminar os mecanismos de salvaguardas do Japão. Porém, esta proposta será aprovada tarde demais para preservar a atual recuperação no mercado japonês para carne bovina norte-americana.

Fonte: AgWeb (por Julianne Johnston), adaptado por Equipe BeefPoint