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Gaúchos buscam diferenciar a carne produzida no Estado

A carne do Pampa pode fazer parte de um seleto grupo integrado por produtos como os espumantes de Champagne (França), o azeite de oliva de Toledo (Espanha) e o relógio da Suíça. Os exemplos internacionais são de mercadorias cuja qualidade está historicamente ligada à região de produção e que tiveram a indicação de procedência reconhecida legalmente.

É o mesmo reconhecimento que pecuaristas gaúchos buscam para a carne que produzem. Um grupo de criadores da Metade Sul solicitou ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a indicação de procedência da “carne do Pampa”.

A iniciativa gaúcha será debatida hoje e amanhã em Bagé no Seminário Internacional sobre Indicações Geográficas, promovido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS). Segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Fernando Adauto de Souza, há a possibilidade de a indicação de procedência da carne do Pampa ser concedida até o final deste ano.

Para conquistar o título, os pecuaristas definiram métodos de produção a serem seguidos. Depois de obter a indicação de procedência, o grupo buscará a de origem, dada quando se reconhece que o produto de uma região é diferente dos similares de outras localidades.

O projeto de indicação começou a ser elaborado há um ano, por meio de uma parceria entre Sebrae, Senar, Farsul, Ufrgs e Embrapa. O primeiro passo foi a criação da Associação de Produtores de Carne do Pampa Gaúcho (Apropampa), com 20 produtores de angus e hereford, raças predominantes na região, entidades e o Frigorífio Mercosul. “A expectativa é contar com 300 produtores até 2006”, diz a diretora de Operações do Sebrae/ RS, Susana Kakuta.

Ela destaca que a indicação de procedência é uma ferramenta reconhecida internacionalmente, capaz de agregar competitividade ao produto. No caso da carne, o selo conferido relata o histórico do animal, sexo, genitores, local e data de nascimento, manejo e tipo de alimentação, entre outros dados. Também atesta o cumprimento de um conjunto de requisitos que garantem a qualidade do produto e devem ser seguidos em todos os elos da cadeia produtiva.

Segundo o superintendente do Sebrae-RS, Derly Fialho, as mercadorias com origem atestada são mais valorizadas. Pesquisa realizada na Europa, relata Fialho, aponta que 40% dos consumidores europeus estão dispostos a pagar mais por produtos com procedência reconhecida.

Existem apenas outras duas indicações de procedência no Brasil: para o café do Cerrado e para os vinhos e espumantes do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves.

Fonte: Zero Hora/RS e Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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