As exportações brasileiras de material genético bovino (animais puros, sêmen e embriões) têm potencial de atingir US$ 50 milhões até 2004. A estimativa é do diretor de relações internacionais da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e presidente da Agroexport, Sílvio Castro Cunha Júnior. “Se houver uma linha de financiamento do governo para o nosso setor temos total capacidade para ampliar nossas exportações”, afirma.
O representante das entidades ressalta que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) já recebeu a solicitação para que o setor seja incluído no Proex. “Ainda aguardamos uma posição oficial, mas o ministério deu sinais positivos, mostrando-se favorável à inclusão”, diz.
Campanha de marketing
As exportações brasileiras de material genético no ano passado ficaram próximas de US$ 3 milhões, segundo Cunha Júnior. “Com a campanha de marketing internacional, que está sendo feita pela ABCZ, devemos vender ao mercado externo entre US$ 6 milhões e US$ 8 milhões em 2002”, afirma o dirigente.
Mesmo estando longe da audaciosa meta de US$ 50 milhões a ser exportados em 2004, ele informa que os potenciais compradores do produto brasileiro não têm capacidade de realizar pagamentos à vista. “Os países que podem comprar são da África e Ásia e infelizmente não pagam no ato. Se houver financiamento para nossas exportações elas aumentarão de forma significativa”, explica.
Primeiros negócios
Mesmo com as dificuldades com o financiamento, a Agroexport mantém negócios com Senegal, Burkina Fasso e mais recentemente abriu mercado em Máli, Benin e Togo. Na semana passada um grupo de pecuaristas sul-africanos esteve em Uberaba (MG) com objetivo de manter contatos com centrais de inseminação artificial e pecuaristas brasileiros, interessados em conhecer o “boi de capim”.
Potenciais compradores
“Os africanos não chegaram a comprar nenhum material genético nessa primeira visita, mas acredito que em breve vão iniciar as compras”, diz o superintendente técnico da ABCZ, Luiz Antônio Josahkian.
Ele citou como exemplo um pecuarista que se mostrou muito interessado no nelore brasileiro, considerado por muitos técnicos o melhor do mundo, mesmo sendo uma raça de origem hindu. “Ele disse que possui 35 mil cabeças em confinamento para abate comercial e o nelore seria ideal, pois em sua visão é rústico e tem boas qualidades maternas”, afirma Josahkian, ao lembrar que o material genético de raças zebuínas não é encontrado com facilidade no continente africano.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Alexandre Inacio), adaptado por Equipe BeefPoint