O Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) recuou em agosto pelo terceiro mês consecutivo, pressionado pelo desempenho negativo observado no grupo formado por produtos não-alimentícios.
Até agora, os únicos dois meses de 2019 em que o índice subiu foram fevereiro e maio — neste último caso, por causa da baixa base de comparação, uma vez que em maio do ano passado a greve dos caminhoneiros prejudicou as atividades de diversos segmentos agroindustriais, sobretudo lácteos e frango.
Conforme levantamento da FGV Agro, a queda de agosto relação ao mesmo mês de 2018 foi de 1,8%. O indicador é calculado com base em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
No grupo de produtos não-alimentícios, a baixa foi de 4%, em virtude das retrações verificadas nas áreas de produtos florestais (7,9%), insumos (6,9%), borracha (6,6%), fumo (5,3%) e produtos têxteis (4%) — apensar os biocombustíveis avançaram (11,1%).
Já no grupo de produtos alimentícios e bebidas houve alta de 0,3%. O desempenho dos produtos alimentícios em si foi 1% melhor, graças ao avanço de 7,4% dos produtos de origem vegetal — os de origem animal registraram queda de 6%. No caso das bebidas, houve baixa de 3,7%.
Apesar da queda do PIMAgro na comparação interanual, a FGV Agro realçou que, em relação a julho de 2019, a agroindústria cresceu 0,3% em agosto, o primeiro resultado positivo após três meses.
Essa expansão, informou o centro, foi garantida tanto pelo grupo de produtos alimentícios e bebidas (1,3%) quanto pelos produtos não-alimentícios (0,6%). “Mas essa expansão no mês de agosto pode ainda não representar uma trajetória de crescimento para a agroindústria, que acumula contração de 0,5% este ano”, diz análise divulgada pelo FGV Agro.
Fonte: Valor Econômico.