Centro-Oeste terá financiamento para integração

Produtores rurais da região Centro-Oeste terão à disposição mais uma linha de financiamento para integração lavoura/pecuária. O Conselho Deliberativo do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (Condel/FCO) aprovou a criação do Programa de Integração Lavoura-Pecuária, que vai financiar investimentos necessários à adoção de sistemas de produção que integrem as duas atividades. O teto máximo permitido por projeto é de R$ 4,8 milhões, com taxas de juros que variam de 6% a 10,75% ao ano, e tempo de carência entre três anos a 12 anos.

O programa, conforme prevê a proposta formulada pelo Mapa, é voltado para áreas produtoras da região Centro-Oeste e tem como objetivo intensificar o uso do solo em áreas já desmatadas, possibilitar a diversificação de atividades na propriedade e melhorar a renda do produtor rural. “A meta é tornar a exploração dessas atividades mais sustentáveis ambiental e economicamente”, explica o executivo financeiro e coordenador do FCO Rural da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), Dimas Gomes Neto.

O programa possibilitará a adoção de um conjunto de práticas agronômicas e de manejo, de solo e de rebanho, que permite a maximização do uso do solo já explorado. Também incrementa a produtividade por unidade de área, diminuindo a pressão por desmatamento de novas áreas.

É o agronegócio trabalhando por mais renda, por meio do uso de tecnologia para recuperação dos terrenos degradados e a reforma de pastagens. A rotação de culturas é feita por técnicas de plantio direto, que reduzem o risco dos sistemas tradicionais de produção nas propriedades. O sistema de integração lavoura/pecuária tem revelado um melhor rendimento do rebanho bovino por meio de exemplares de boa genética e produtos animais de qualidade.

Segundo Gomes Neto, a possibilidade de financiamento ao amparo de recursos do FCO dará maior dinâmica e agilidade na adoção desses sistemas no Centro-Oeste, onde a agricultura e a pecuária registram os maiores índices de expansão.

Ele informou que em 15 dias um grupo de trabalho composto por representantes dos governos dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, do Banco do Brasil e dos ministérios da Agricultura, Planejamento e da Integração Nacional vão ajustar e aprovar os critérios e as condições operacionais do programa.

Mato Grosso tem um rebanho bovino de 26,4 milhões de cabeças, com a utilização de 25% do seu território. A agricultura ocupa apenas 7,6% do território mato-grossense.

A integração das atividades agrícola e pecuária permite a intensificação do uso da terra e do capital por meio de rotações e/ou cultivos em seqüência ou mesmo associados de grãos com pastagens. Propicia também a sustentabilidade da produção.

Fonte: Diário de Cuiabá/MT, adaptado por Equipe BeefPoint