O mercado se mantém frouxo no Centro-Sul do país. Em São Paulo já tem frigorífico ofertando, pelo boi gordo rastreado, R$49,00/@, a prazo, para descontar o Funrural.
Esse era mais ou menos o preço praticado para o boi gordo não rastreado do Pará, região de Marabá, no início de outubro do ano passado: R$48,00/@, a prazo, livre de Funrural. Tal cotação era, na época, a mais baixa registrada pelo levantamento da Scot Consultoria, que abrange 25 praças pecuárias de Norte a Sul do país.
No mesmo período o boi gordo paulista valia R$62,00/@, nas mesmas condições. Cerca de 24% mais do que vale agora, considerando que o preço referência é R$50,00/@.
Já o boi da região de Marabá vale, hoje, R$43,00/@, a prazo, para descontar o imposto. Portanto, no mesmo período do ano passado, estava 14% mais caro.
A defasagem de Marabá para São Paulo que, no início de outubro de 2004, era de 21%, caiu para 14% hoje. Não porque o boi do Pará se valorizou. Na verdade, ele se desvalorizou menos.
Atualmente o mercado se encontra firme no Norte do país. O boi de Marabá reagiu nesta manhã (8/9), assim como o de Tocantins na terça (6/9). É a ausência de confinamentos e semiconfinamentos, levando a um esperado hiato de oferta de final de ano.
O problema é que as praças balizadoras, com destaque para São Paulo, se mantêm relativamente saturadas de gado, o que deve limitar a recuperação dos preços ao Norte.
Para o curto prazo, poucas alterações são esperadas, mas não se descarta a possibilidade de novos recuos em algumas regiões do Mato Grosso para baixo, nem de correções positivas do Nortão do Mato Grosso para cima.
No demais, vale apontar a margem elevada com que o varejo tem trabalhado na venda de carne esta semana, aproveitando a boa demanda em função dos churrascos de feriado. Veja na figura abaixo.
Figura 1: Preços recebidos pelo traseiro de um boi gordo de 16,5@ em SP na última semana.
0 Comments
Bom dia,
O que eu queria realçar nesta análise da semana é o gráfico da figura 1.
Ultimamente, com a retração dos preços da @ do boi, muito se tem discutido a respeito da cadeia produtiva da carne, seus elos e a parte que cabe a cada um deles, tanto de serviço quanto à remuneração.
O que eu acho que este gráfico ajuda a demonstrar é que, apesar da forma de comercialização com os Frigoríficos ser realmente antiquadas e passíveis de melhora, o grande entrave da comercialização da carne hoje (em cerca de 80%, que corresponde ao mercado interno) está no varejo.
E este é um passo que para ser transposto e que tem que ser trabalhado em conjunto com os Frigoríficos. A cadeia da carne funcionará quando se tornar um sistema de vasos comunicantes e não elos que eventualmente se desprendem.
Um abraço a todos