O reduzido número de médicos veterinários, um total de 30, no quadro da Secretaria de Agricultura e Pecuária de Fortaleza (Seagri) para garantir a cobertura das campanhas de vacinação animal, tem preocupado os dirigentes do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). Segundo José Bruno de Sousa, presidente do Conselho, o ideal é que, pelos menos, 100 profissionais fizessem o trabalho de supervisão, coordenação e acompanhamento técnico nas campanhas.
De acordo com Sousa, há alguns anos o quadro de veterinários no estado era de 120 profissionais. Ele explica que a Seagri tem anunciado a criação da Agência de Defesa Agropecuária (Adagri) e que vai contratar novos médicos, entretanto, até o momento não anunciou concurso público.
Para ele, a preocupação maior é com respeito à qualidade das campanhas de imunização animal. “Hoje, por conta do baixo índice de vacinação contra a febre aftosa, o Ceará está isolado por uma barreira sanitária. O estado faz parte do grupo classificado como “risco desconhecido”, o que pode refletir, negativamente, na pauta de exportação”, observa.
O coordenador de Defesa Agropecuária da Seagri, Joaquim Sampaio, assegura que não há necessidade de se colocar um médico veterinário em cada ponto de vacinação. “Temos profissionais instalados em áreas estratégicas, o que garante uma cobertura satisfatória”, afirma.
Segundo Sampaio, todos as pessoas envolvidas com a vacinação animal estão devidamente preparadas e orientadas e que, além dos médicos veterinários da Ematerce, agentes de saúde e rurais participam das campanhas de vacinação animal.
Embora reconheça que o número de veterinários é pequeno, ele garante que isso não refletirá negativamente nos trabalhos de imunização. “Para a campanha da aftosa, por exemplo, todos os vacinadores participaram de cursos e treinamentos específicos”, informa Sampaio, ressaltando que, com a implantação da Adagri, novos veterinários serão contratados. “Mas até que isso seja concretizado, vamos trabalhar com a equipe que temos”.
O supervisor do Núcleo de Controle de Endemias do Estado, Nélio Morais, concorda que, para qualquer campanha animal, é necessário o acompanhamento de um responsável, no caso o médico veterinário. Porém, não é necessário que o profissional esteja em todos os postos de vacinação.
Segundo ele, quando há campanha de raiva animal, são instalados três mil postos de vacinação e um médico veterinário fica em cada macrorregião para garantir a coordenação e supervisão do trabalho. “Quando a campanha é contra a febre aftosa, a vacinação quase sempre é promovida pelo dono do rebanho. Mesmo assim, a equipe médica veterinária do estado mantém a supervisão”, disse.
Morais ressaltou que, em todo o estado são 10.500 agentes de saúde envolvidos nas campanhas, sobretudo na ação contra a febre aftosa.
Fonte: Diário do Nordeste/CE, adaptado por Equipe BeefPoint