ABS abre novas turmas do curso de inseminador
15 de setembro de 2005
SP: criadores querem mudanças no código de proteção dos animais
19 de setembro de 2005

RS: pecuaristas se reúnem em Alegrete

Aproximadamente 200 pecuaristas de todo o Estado, oriundos de cerca de 30 municípios, estiveram reunidos na manhã de segunda-feira, dia 12, em Alegrete, ocasião em que um grupo de trabalho criado há alguns meses e formado por dirigentes de Sindicatos Rurais, lideranças rurais e políticas, explanou para o grande grupo o que vem sendo executado para diminuir os efeitos da crise na pecuária gaúcha.


O grupo, conforme um de seus líderes, o pecuarista de Pelotas, Átila Vinhas, organiza reuniões de trabalho para agregar renda a produção primária. “A solução dos nossos problemas está em nós mesmos”, lembrou.

Um dos grandes problemas da pecuária é a falta de preço justo. A causa é a falta de concorrência, pois no Uruguai, como alguns exemplificam, o gado é vendido a cerca de US$ 0,92 e aqui no Estado a cotação está a abaixo de US$ 0,60. Para a maioria dos pecuaristas, a justificativa da crise deve-se a frigoríficos exportadores, que no Uruguai são aproximadamente 23, enquanto que no Rio Grande do Sul existem apenas 2 ou 3 frigoríficos exportadores.

O ex-presidente do Sindicato Rural de Santiago, Júlio Freitas lima, explicou que o grupo está trabalhando com quatro frentes de trabalho, que são: exportação de boi vivo para o Uruguai, impedir a entrada de carne do Centro-Oeste, reabertura da fronteira de Santa Catarina para gado em pé e negociação de preços e condições com os frigoríficos.

Dentre os quatro temas a serem trabalhados, o que tem negociações mais adiantadas é o que trata da abertura do mercado uruguaio para o gado gaúcho. Freitas Lima diz que o pecuarista tem que trabalhar com duas saídas: redução do custo de produção e ampliação de mercado. Vender gado para o Uruguai, de acordo com ele, ajuda a equacionar um pouco o problema da carne.

O produtor rural Ricardo Vinhas, um dos integrantes do grupo autônomo de pecuaristas de Pelotas, argumenta que “nossa crise hoje é de preço, não de produção e nem de qualidade”. Para ele, a importância deste encontro em Alegrete e de outros que estão por vir é pela possibilidade de passar para mais produtores a linha de trabalho com grupos. “Tomamos atitude e estamos a frente do processo e não à mercê dele”, garante.

Vinhas lembra que este processo já foi iniciado há mais de um ano, e que agora é necessário que outros pecuaristas juntem-se ao grupo, como forma de alavancar as ações que precisam ser efetivadas.

Estão sendo formados grupos de trabalho para cada uma das quatro frentes de trabalho propostas, sendo que o grupo que atua diretamente na questão de exportação de gado para o Uruguai já comemora alguns progressos nas negociações que estão em andamento. Os pecuaristas de qualquer parte do Estado, que desejaram engajar-se a uma dessas frentes de trabalho, podem entrar em contato com o seu sindicato rural ou alguma liderança da cadeia produtiva da carne da sua região para fortalecer as ações em busca de soluções.

Presidentes de sindicatos rurais lembraram na oportunidade que os problemas da pecuária devem ser resolvidos por pecuaristas e que cada um deve buscar mais companheiros para fazer parte desta jornada por um futuro que deverá desaguar em soluções. “Precisamos de união e de adesão”, destacou o presidente do Sindicato Rural de Santa Maria, Erony Paniz.

Também fortaleceram o evento algumas lideranças políticas, como o prefeito municipal, José Rubens Pillar; a vice-prefeita, Leoni Caldeira, o deputado federal Luis Carlos Heinze; o deputado estadual Jerônimo Gorgen, os secretários municipais, Milton Araújo e Manoel Figueiredo, o presidente da Câmara Municipal, Sandro Barua e as vereadoras Mirian Sure e Leni Caldeira.

Alguns pecuaristas presentes no encontro lembraram que em ocasiões anteriores não houve planejamento concreto para solucionar a crise da pecuária e que por isso agora, mais do que nunca, é preciso de resultados práticos. Novo encontro deverá acontecer em Santa Maria, no próximo dia 26, as 10 horas, na sede do Sindicato Rural, quando novas ações práticas deverão ser encaminhadas.

Fonte: Grupo de Trabalho Autônomo de Produtores – Pelotas, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.