O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, falou hoje no encontro anual da Associação das Indústrias de Carnes da Austrália. Esta é a primeira vez que um brasileiro é o principal orador na reunião anual dos australianos.
Pratini destacou a importância de os dois maiores exportadores de carne somarem esforços e iniciarem um amplo projeto de transferência de tecnologia. “O Brasil é hoje o país mais avançado na área de pesquisa da agricultura tropical. Mais de 80% de nosso rebanho é de gado zebuíno e graças a pesquisa, principalmente da Embrapa, somos o maior exportador, em volume, do mundo”, destacou o presidente da Abiec.
Antes de falar para uma platéia de 500 pessoas, entre as quais pecuaristas e donos de frigoríficos, Pratini teve uma reunião reservada com o primeiro ministro interino, Mark Vaile e como o ministro da Agricultura da Austrália, Peter Mcgauran, na qual solicitou que fosse reavaliado o embargo à carne brasileira para aquele país. Desde que surgiram os focos da febre aftosa na Região Amazônica, os australianos suspenderam as importações da carne brasileira.
“Já informamos a todas as autoridades sanitárias do mundo sobre os focos. Mostramos que a distância entre a região produtora e exportadora e o local onde surgiram os focos é muito grande. Não há porque continuar o embargo”, disse. Os ministros prometeram reavaliar e mandar uma missão ainda este ano para o Brasil com o objetivo de reabrir o mercado.
Na palestra que fez hoje para os empresários, Pratini lembrou que quando era ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil apoiou o fortalecimento do Grupo de Cairns do qual fazem parte 18 países entre os quais o Brasil e a Austrália. Naquele período o fortalecimento do grupo foi fundamental para firmar um posicionamento dos países agrícolas nas reuniões da Organização Mundial do Comercio (OMC).
“Gostaria de propor aos governos e ao setor privado dos países do Grupo de Cairns uma união de esforços como os países do G-20”, destacou. De acordo como presidente da Abiec, os dois grupos unidos aumentariam a pressão para diminuir os subsídios à agricultura na Europa e nos Estados Unidos e resultaria em mais acesso a mercados dos nossos produtos agrícolas.
Na semana que vem a Abiec vai participar da World Food Moscou, maior feira de alimentos da Rússia. A Rússia é o maior importador de carne in natura do Brasil. Ao longo dos quatro dias da feira, que se realizará de 20 a 23 de setembro, a Abiec vai montar um estande e uma churrascaria para servir carne aos participantes, acompanhada de caipirinha feita com cachaça.
“A Rússia já é o maior comprador de carne do Brasil. Precisamos agora montar uma churrascaria para levarmos ao povo russo o jeito brasileiro de fazer a carne”, concluiu Pratini.
Fonte: Assessoria de imprensa da Abiec, adaptado por Equipe BeefPoint