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MT reclama atraso de verba federal para sanidade

Uma semana. Este é o prazo que o secretário de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso, Cloves Vettorato, está dando para que o governo federal cumpra a promessa e repasse ao estado R$ 4 milhões para projetos de sanidade animal e vegetal. Ele explica que os contatos com o Mapa estão freqüentes.

“Precisamos ouvir um sim ou um não, afinal a frota do Indea está sucateada e nova etapa está chegando. Só podemos aguardar por mais uma semana, senão teremos de recorrer ao plano B”, anuncia.

Mato Grosso está a menos de um mês do início da principal etapa de combate à febre aftosa, em novembro, quando todos os bovinos e bubalinos são vacinados, porém, até o momento e com duas etapas já realizadas (fevereiro e maio), o Instituto Nacional de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) não recebeu repasses da União nem para a sanidade animal e nem vegetal.

De acordo com o vice-presidente do Fundo Emergencial da Febre Aftosa em Mato Grosso (Fefa), Luiz Carlos Meister, após um contato com Fórum Nacional da Pecuária de Corte, a liberação deverá ocorrer, “possivelmente, somente a partir de 23 de novembro, em função da votação sobre o referendo no final do mês, que é considerado uma eleição como outra qualquer, por isso há adiamento nos repasses”, informa.

Em tom de crítica, Vettorato lembra que durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso e do ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, Mato Grosso recebeu R$ 6 milhões para o custeio sanitário. “De qualquer forma, estamos marcando sobre pressão”, aponta.

Até agosto, as autoridades estaduais não sabiam quanto e nem quando haveria o repasse, visto que a equipe econômica do governo Lula havia decretado um contingenciamento de 80% dos recursos orçados para o Mapa. Mas no final de agosto, em Cuiabá, o ministro Roberto Rodrigues anunciou que até o final de setembro o estado receberia R$ 3,5 milhões para a sanidade animal e R$ 500 mil para sanidade vegetal, totalizando, em 2005, R$ 4 milhões.

O presidente do Indea, Décio Coutinho, conta que o “anunciado pelo ministro não foi cumprido até agora. Como tentativa de obter os repasses, queimamos etapas e estivemos em Brasília encaminhando pessoalmente o projeto para firmação do convênio que libera os recursos, mas até agora não há sinalizações e a etapa de novembro se aproxima”.

Segundo ele, “os R$ 3,5 milhões são para a sanidade animal de modo geral, é para aftosa, brucelose e encefalopatia, por exemplo, e não apenas para combate à aftosa”.

“A qualquer momento, os rebanhos poderão sofrer um surto de febre aftosa, gripe aviária, por exemplo, e isso sim vai conturbar a economia nacional”, destaca o governador Blairo Maggi.

Para ele, este é um setor em que deveria haver empenho da União. “Recentemente, técnicos da União Européia estiveram auditando a sanidade brasileira e o volume de críticas é imenso. Os técnicos vão formalizar as observações ao governo Federal, mas já deixaram claro que a preocupação para com a sanidade, por parte do governança federal, é muito pequena”.

Fonte: Diário de Cuiabá/MT (por Marianna Peres), adaptado por Equipe BeefPoint

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