O embargo à carne bovina de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná está represando cerca de 60% da produção voltada ao mercado externo. Depois da confirmação de um foco de febre aftosa em Eldorado, Mato Grosso do Sul, a comercialização do produto sofre sanções dos principais mercados consumidores, como União Européia e Rússia. Esta nova realidade poderá aumentar a demanda por carnes de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul nas próximas semanas.
Essa é a expectativa do vice-presidente do Fundo Emergencial para Febre Aftosa (Fefa), Luiz Carlos Meister. Mas ele pondera que ainda é prematuro especular os percentuais de aumento. “Acredito que no máximo em 40 dias o Estado de São Paulo tenha o embargo cancelado”, prevê.
Ontem, os russos declararam oficialmente ao governo brasileiro que estão suspensas apenas as importações de carne bovina do Mato Grosso do Sul. Diferentemente do ano passado, quando dois focos eclodiram, um no rebanho do Amazonas e outro no Pará, e a Rússia embargou por dez meses as compras de carnes bovinas, suínas e de aves de Mato Grosso. Desta vez o estado está livre para cumprir contratos de venda com os países que integram a União Européia e com o mercado russo.
“Sei que não vamos ter como suprir toda a demanda que poderemos ter daqui para frente, mas isso deverá valorizar os preços do produto industrializado em Mato Grosso e, com isso, incrementar o valor da arroba pago ao pecuarista”, acredita Meister. Para ele, neste momento o mercado está tumultuado. “É preciso aguardar pela acomodação natural”. Segundo ele, somente Israel e África do Sul retaliam a carne mato-grossense.
Fonte: Diário de Cuiabá/MT (por Marianna Peres), adaptado por Equipe BeefPoint