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Agência estadual afirma que origem foi paraguaia

O foco de aftosa descoberto na fazenda Vezozzo, em Eldorado (448 km de Campo Grande, MS), teve origem em gado contrabandeado do Paraguai, afirmou ontem o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), João Mauad Cavallero.

Ele disse que as provas colhidas pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e pelos técnicos da agência durante a varredura feita na região “não deixam dúvidas de que a procedência do rebanho é paraguaia”.

“Desde a descoberta do foco, Iagro e polícia trabalham juntas na investigação da origem da doença. Das 582 cabeças que foram sacrificadas, foi colhido material para análise, além de ter sido feito o registro das características de cada cabeça. As marcas do gado apontam que o gado é paraguaio”, afirmou Cavallero.

“Não queremos conflitos com o Paraguai, mas temos que apurar o foco da doença e organizar estratégias para desmantelar o contrabando, que ameaça a qualidade do gado em Mato Grosso do Sul.”

Uma das proprietárias da fazenda Vezozzo, Mariza Vezozzo, negou que tenha adquirido gado paraguaio. “Não quero bater de frente com o governo, mas volto a afirmar que nunca comprei gado no Paraguai.” Mariza disse que há dois anos não movimenta gado em sua fazenda, que trabalha, segundo ela, apenas com cria e recria. Ela esteve em Campo Grande ontem para reuniões com o governo do Estado, que vê no Paraguai a origem da doença. “Estamos buscando solucionar o problema, também quero saber como o meu gado foi contaminado, pois vacinei todas as cabeças, devolvi os frascos vazios e tenho a documentação.” Na segunda-feira passada, quando o primeiro foco foi confirmado, a Iagro disse que a proprietária havia apresentado os registros de vacina. “Isso não comprova que o gado não possa ser paraguaio”, disse ontem Cavallero.

Depois de se reunir com Iagro e secretaria de Produção e Turismo, o governador do Estado, Zeca do PT, disse que vai tomar medidas para proteger o Estado da aftosa. Ele disse que vai propor a Lula que na reunião de dezembro do Mercosul, em Montevidéu, debata a criação de um mecanismo para fiscalizar o rebanho de todos os países do bloco.

“Não dá para ficar brincando com esse problema, que é muito sério principalmente para nós, que temos uma fronteira seca de quase 600 km. É uma pena num momento tão bom do Estado acontecer esse foco curiosamente na fronteira com o Paraguai”, disse o governador.

Fonte: Folha (por Ana Raquel Copetti), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Mario Roberto Villela Mattosinhos disse:

    Se realmente, o foco de aftosa, está no Paraguai, porque então ela só resolve se manifestar do lado brasileiro? Será que é porque ela só é simpatizante do nosso país, então só mostra sua cara aqui?

    Será que a irresponsabilidade do governo Paraguaio cria benefícios aos contraventores brasileiros, gerando assim um oportunismo de negócio? E os fazendeiros sérios que possuem fazenda do outro lado, o que tem a dizer á respeito disso? Por que não se manifestam?

    Se existir seriedade de ambos os lados, em realmente se procurar a origem deste mal, que abram suas fronteiras, para que em conjunto de órgãos responsáveis pela parte sanitária cheguem ao que de fato é. Se houver culpados, que sejam punidos. Se houver um foco, que seja combatido.