Os preços do boi gordo no mercado físico caíram na última quinzena, após a descoberta dos focos de aftosa no MS, suspeitas de casos da doença no PR e recentes boatos em SP (desmentidos pela Secretaria de Agricultura de SP, clique para ler). Nas semanas que antecederam a detecção da doença, os preços estavam em ascensão e sem perspectivas de queda, devido a escassa oferta de bois.
Ontem (25), os preços fecharam estáveis na maioria das regiões. As exceções foram o MS, que teve redução de preços de 17% entre os dias 10 e 25 de outubro e SP, que caiu 12% no mesmo período e 5% de segunda (24) para terça-feira (25).
Segundo dados da Scot Consultoria, o boi foi cotado ontem (25) a R$ 52,00 em Araçatuba, R$ 56,00 no Triângulo Mineiro, R$ 53,00 em Goiânia, R$ 54,00 em Cuiabá e R$ 45,00 em Campo Grande, mesmas cotações observadas na última sexta-feira (21).
Evolução dos preços de boi gordo no mercado físico em SP e MS
Evolução dos preços de boi gordo no mercado físico em MG, MT e GO
O indicador de preços da BM&F/Esalq apresentou queda de 9% no período de 07 a 25 de outubro e 10% entre os dias 10 e 25 (após o aparecimento da doença). Ontem, o indicador fechou em R$ 53,48 à vista e R$ 54,38 a prazo, enquanto que em 07 de outubro os valores eram de R$ 57,58 e R$ 58,76, respectivamente.
Indicador Esalq/BM&F à vista (R$)
Mercado futuro
Os preços do boi gordo na BM&F também caíram entre 18% e 19% para os vencimentos em outubro, novembro, dezembro e janeiro. Desde o último dia 07 a queda dos preços dos contratos futuros foi constante. Segundo Mirlaine Mello, da Ágora Corretora, muito pouco negócio tem sido reportado no mercado futuro devido à falta de comprador. As ofertas para os vencimentos em 2005 estão em limite de baixa – com exceção de outubro, pois falta muito pouco tempo para fechar o mês e ainda existe uma diferença de base (diferença entre o preço físico à vista e o preço do contrato futuro) de cerca de 5%. Os vencimentos de 2006 também apresentam queda, porém menos acentuada.
A tendência de queda observada no mercado futuro foi decorrente do aparecimento dos focos de aftosa no Brasil e da conseqüente queda de preços físicos que a doença gerou. “Só não caiu mais porque não tem boi”, diz Mello. Segundo ela, a tendência era de alta, e não há outro motivo para essa inversão.
Segundo Rodrigo Brolo, da Intercap, antes do aparecimento dos focos, os grandes frigoríficos estavam pagando cerca de R$ 59, enquanto depois do aparecimento da doença esse preço chegou a R$ 52.
Apesar dos preços dos contratos futuros estarem em queda, para Brolo os preços não devem cair muito mais se as condições atuais permanecerem.
Preços dos contratos futuros do boi gordo na BM&F
Fonte: Equipe BeefPoint