Três agentes da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) de Mato Grosso do Sul foram feitos reféns ontem por cerca de 300 integrantes do assentamento Floresta Branca, em Eldorado (448 km ao sul de Campo Grande), onde foi confirmado o 11o foco de aftosa no Estado.
O grupo bloqueou a estrada que liga o município a Itaquiraí – na região interditada desde a descoberta de focos de aftosa – com o objetivo de impedir o acesso de autoridades sanitárias a propriedades para inspecionar rebanhos e organizar o abate de gado.
De acordo com o secretário federal de Agricultura em Mato Grosso do Sul, José Felício, os manifestantes exigem indenização antecipada pelo abate do gado.
Em Brasília, o secretário estadual de Produção e Turismo, Dagoberto Nogueira Filho, disse que foi informado do protesto e que a Iagro vai manter os abates. “Vamos abater gado com suspeita da doença. Precisamos diminuir riscos”, afirmou ele.
Policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), policiais militares e representantes da Iagro e da Superintendência de Agricultura monitoraram a atividade dos manifestantes durante o dia. Felício intermediou as negociações e conseguiu que os agentes fossem soltos.
Exército
José Felício afirmou que, em situações como essa, “o ideal seria que o Exército estivesse na linha de fronteira, ajudando a monitorar as barreiras”. Na semana passada, o governador do Estado, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que colocasse militares à disposição.
Segundo o destacamento de Dourados, cem homens devem ser enviados à área interditada nos próximos dias.
Fonte: Folha de SP (por Ana Raquel Copetti com colaboração de Léo Gerchmann), adaptado por Equipe BeefPoint