Puxadas pela China e com aumentos expressivos nos preços médios, as exportações de carnes bovina e de frango do país cresceram em maio e acumularam incrementos de volumes e receitas nos primeiros meses deste ano.
O grande destaque continua a ser a carne bovina, cujo consumo está retraído no mercado interno. Os embarques dá proteína (in natura e processada) alcançaram 176 mil toneladas e renderam US$ 1,08 bilhão em maio, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileiras das Empresas Exportadoras de Carnes (Abiec). Em relação ao mesmo mês do ano passado, o volume cresceu 17,5% e a receita foi 49,5% superior.
Nos primeiros cinco meses de 2022, conforme a entidade, o volume exportado chegou a 887,3 mil toneladas, 25% a mais que em igual intervalo de 2021, e o faturamento registrou expressiva alta de 55,9%, para US$ 5,06 bilhões. Isso porque o preço médio das vendas aumentou 24,7%, para US$ 5,7 mil a tonelada.
“Isso mostra que a carne bovina brasileira está sendo cada vez mais valorizada no mercado internacional e que o Brasil está se consolidando como um importante parceiro comercial para os países compradores”, afirmou Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec, em comunicado.
De janeiro a maio, o principal destino dos embarques da proteína foi a China. A receita das vendas aos asiáticos atingiu US$ 2,9 bilhões, com alta de 91,3% em relação ao mesmo período do ano passado – isso mesmo com os embargos temporários de Pequim sobre alguns frigoríficos brasileiros por causa da política chinesa de “covid zero”.
Em seguida aparecem EUA (US$ 471 milhões, alta de 88%), Egito (US$ 255,8 milhões, alta de 345%) e União Europeia (US$ 212,8 milhões, alta de 29,4%).
Já os exportadores de carne de frango do Brasil embarcaram 429,6 mil toneladas do produto no mês passado, volume 3,7% superior ao de maio de 2021, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A receita com as vendas ao exterior cresceu 37,8%, para US$ 904 milhões.
“O quadro inflacionário global, com a alta dos custos de produção, e a forte demanda por carne de frango no mercado externo fortaleceram os preços médios internacionais, [que chegaram a] patamares superiores a US$ 2 mil dólares por tonelada”, afirmou, em nota, o presidente da entidade, Ricardo Santin. Segundo o executivo, o desempenho das exportações em maio ajudou a contrabalançar os impactos do encarecimento dos insumos usados na produção (milho e farelo de soja, basicamente).
A China também foi o principal destino dos embarques de carne de frango em maio, apesar da queda de 8,8% no volume em relação a um ano antes, para 50,2 mil toneladas. Emirados Árabes Unidos, Japão e União Europeia, com embarques de 44,8 mil (+73,2%), 33,1 mil (+3,2%) e 26,3 mil toneladas (+80,7%), respectivamente, vieram na sequência.
No acumulado de janeiro a maio, os embarques somaram 1,9 milhão de toneladas, ou 7,8% a mais do que no mesmo período de 2021. A receita com os embarques cresceu 33,6%, a US$ 3,8 bilhões.
Fonte: Valor Econômico.