Os preços do trigo caíram na bolsa de Chicago nesta quinta-feira, o que interrompeu uma sequência de três altas consecutivas. Os papéis do cereal para dezembro, os de maior liquidez, fecharam em queda de 0,77% (7 centavos de dólar), a US$ 8,9625 por bushel, e os lotes de segunda posição, para março do ano que vem, recuaram 0,77% (7 centavos de dólar), a US$ 9,08 por bushel.
A retração foi pautada por um movimento de correção técnica, uma vez que o mercado continua com o foco nas tensões entre Rússia e Ucrânia.
Hoje, o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, pediu ao presidente Russo, Vladimir Putin, medidas para reduzir essas tensões. Ele também quer que o líder russo que estenda o acordo que permite as exportações de grãos ucranianos pelo Mar Negro, segundo informou a agência Reuters.
Erdogan disse, também, que a Turquia é contra a iniciativa do Kremlin de incorporar quatro regiões ucranianas à Rússia, fato que tem preocupado os investidores nos últimos dias.
Milho
O milho também caiu. Os lotes para dezembro, os mais negociados, fecharam em queda de 0,15%, a US$ 6,6950 por bushel. Já os papéis de segunda posição, para março do ano que vem, recuaram 0,07%, a US$ 6,76 por bushel.
Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, observou que os preços dos grãos em Chicago seguem voláteis diante do avanço da colheita nos EUA e das incertezas no cenário macroeconômico. Segundo ele, as cotações só deverão seguir uma trajetória de alta caso a produção agrícola enfrente problemas com o clima.
“Preocupações referentes ao clima ainda se manterão, principalmente porque o Centro de Previsões Climáticas (CPC) ainda não descarta a probabilidade de incidência do La Niña na safra 2022/23. Isso poderá impactar diretamente o estoque mundial de grãos, diante de um cenário que já é crítico”, afirmou.
Hoje, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que as vendas de milho do país desta safra 2022/23 totalizaram 512 mil toneladas na semana encerrada em 22 de setembro. O mercado esperava um volume entre 275 mil toneladas e 800 mil toneladas.
Soja
A soja fechou em alta. Os contratos para novembro, os de maior liquidez em Chicago, subiram 0,14% (2 centavos de dólar), a US$ 14,1075 por bushel, e os lotes de segunda posição, para janeiro do ano que vem, avançaram 0,30% (4,25 centavos de dólar) , a US$ 14,2050 por bushel.
Os compradores acompanham o início dos trabalhos na América do Sul — que, a depender do clima, poderá trazer um novo panorama para os preços, segundo Ruan Sene.
“Neste momento, na Argentina, as chuvas ainda não chegaram de forma consistente para o plantio, que tem previsão de início em outubro. Caso essa tendência se mantenha, afetará significativamente a oferta de soja no mundo. Isso vem chamando a atenção do mercado, contrapondo a tendência de baixa nos preços em Chicago”, afirmou Sene.
Ainda segundo ele, as vendas de soja dos EUA sustentaram as cotações hoje. O USDA informou que as vendas do país na safra 2022/23 chegaram a 1,003 milhão de toneladas na semana encerrada em 22 de setembro, bem acima do esperado por analistas, que previam um volume entre 275 mil toneladas e 850 mil toneladas.
Fonte: Valor Econômico.