Churrasqueira com IA promete fazer churrasco perfeito — Foto: Seergrills/ Divulgação
Uma churrasqueira que utiliza Inteligência Artificial (IA), exibida na CES 24, maior feira de tecnologia de eletrônicos do mundo, chamou a atenção nos últimos dias. No entanto, a busca pela carne perfeita começa bem antes, e também envolve o uso de IA e outras novidades tecnológicas.
Antigamente, o uso de tecnologias na pecuária se limitava à genética e manejo, mas os produtores têm ferramentas que ajudam a garantir o desempenho físico dos bovinos nas fazendas, o que também vai impactar diretamente na qualidade do seu churrasco. Conheça algumas delas:
A startup britânica Seergrills apresentou durante a CES 24, maior feira de eletrônicos de consumo do mundo, uma churrasqueira que utiliza Inteligência Artificial para deixar a carne no ponto perfeito em menos de dois minutos.
O algoritmo analisa o corte inserido na churrasqueira e faz os ajustes de temperatura necessários para assar ambos os lados da porção sem precisar de interferência humana. Além disso, a tecnologia Perfecta Grill também promete reduzir em 50% a energia gasta no processo.
Nos Estados Unidos, o equipamento custa US$ 3.500, R$ 17.290, na cotação atual, e não tem previsão de chegar no Brasil.
Em agosto de 2023, a Embrapa anunciou uma parceria com a BioData Ciência de Dados para criar uma tecnologia capaz de identificar touros das raças hereford e braford aptos a gerar descendentes que produzam carne de qualidade.
A tecnologia foi pensada para apoiar produtores que miram programas de bonificação da indústria. Seriam avaliadas características que refletem diretamente na espessura de gordura, área de olho de lombo, peso de carcaça e marmoreio.
A empresa brasileira Ponta trabalha em uma ferramenta que utiliza visão computacional para ler quanta comida há disponível no cocho dos bovinos e facilitar a tomada de decisão, eliminando erros humanos.
A tecnologia tem impactos diretos nos custos de produção das fazendas, mas também colabora para os animais ganharem peso adequadamente. Segundo a companhia, a falta de ração pode causar estresse aos animais e prejudicar o desempenho.
Alguns pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) trabalham em uma tecnologia capaz de pesar bovinos apenas por imagem. Bastaria uma foto para que a ferramenta proponha ajustes na alimentação e medicamentos administrados aos animais.
De acordo com a equipe, há uma ferramenta semelhante na Bélgica, mas que requer uma câmera 3D, o que está distante da realidade de muitos pecuaristas.
Já a startup CattleEye criou uma tecnologia que monitora a locomoção de vacas e identifica animais que estão com dores e outros problemas.
A solução utiliza câmeras de segurança comuns nas fazendas e promete ajudar a selecionar vacas de corte (uma parte importante da oferta de bovinos aos frigoríficos).
Diversas empresas pelo mundo têm pesquisado e desenvolvido carne em laboratório. A proteína é cultivada a partir de células de bovinos, alimentadas com uma mistura de água e nutrientes essenciais que as ajudam a crescer.
Essa carne não tem ossos e, geralmente, é usada na produção de processados, como hambúrgueres e filés. Além da redução da pegada de carbono associada à cadeia da carne, a tecnologia poderia garantir maior homogeneidade na carne ofertada.
No entanto, a carne cultivada ainda enfrenta ceticismo econômico — o custo de produção segue elevado — e desperta questionamentos em relação à segurança do consumidor.
Fonte: Globo Rural.